Cereais de inverno são opções tecnicamente viáveis para substituir milho em ração para animais

Publicado em 02/11/2020 15:00 e atualizado em 03/11/2020 09:25
De acordo com pesquisadora da Embrapa, produtor precisa analisar a viabilidade econômica, levando em conta preço e disponibilidade das matérias-primas.
Confira a entrevista com a Teresinha Marisa Bertol - Pesquisadora Embrapa Suínos e Aves

Motivadas pelo volume escasso de milho em comparação ao ritmo de produção de proteína animal no Brasil, além da ociosidade das áreas de cultivos de inverno, as equipes da Embrapa Suínos e Aves e Embrapa Trigo realizaram estudo que apontam para a viabilidade técnica para o uso de cereais de inverno na composição das rações para os animais.
 
Segundo a pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves, Teresinha Bertol, ficou provada viabilidade técnica, já que insumos como trigo e triticale podem substituir até 100% do milho no composto, no caso de rações não peletizadas. Caso as rações sejam peletizadas, a substituição não deve ultrapassar o limite de 35% da composição por causa da textura das matérias-primas.
 
"Em relação ao custo, essas alternativas se mostram vantajosas quando em situações como escassez de milho, preços elevados, ou quando há ampla disponibilidade destes cereais de inverno. Mas é preciso que o produtor ou a indústria de rações analise corretamente estes fatores, que variam muito de região para região, para saber se é viável",
explicou.
 
A respeito das propriedades nutritivas detses cereais alternativos, a pesquisadora afirma que nenhum deles têm exatamente as mesmas qualidades do milho.
 
"Cereais de inverno têm mais proteína e menos energia, então se reduz um pouco do farelo de soja no composto e complementa a ração com óleos vegetais, aminoácidos sintéticos e minerais. Estes cereais de inverno podem ser utilizados combinados ou apenas um deles", afirmou.

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Safra de inverno em Santa Catarina terá menor área de trigo e diversificação de culturas, diz Enori Barbieri da Faesc
Mesmo plantando 21% menos trigo do que em 2023, Paraná espera produzir mais do que na safra passada
Plantio do trigo em Carazinho (RS) chega a 30% com clima colaborando na fase inicial, aponta liderança local
Mercado de trigo: Brasil atento à necessidade maior de importações e preços no mercado externo
Trigo: Rússia ainda tem altos volumes para exportar e mantém pressão sobre mercado internacional