Argentina: Crop Tour faz balanço, com Ginaldo Sousa, das safras 2021/22 de soja e milho e avalia perdas

Publicado em 11/02/2022 17:27 e atualizado em 11/02/2022 18:29
Safra de soja na Argentina está comprometida aponta tour da Labhoro
Tempo & Dinheiro

Ginaldo de Sousa, diretor geral do Grupo Labhoro, que, em parceria com o Notícias Agrícolas, esteve em um tour de safra pelas lavouras argentinas para acompanhar de perto as condições da safra atual no país, fez um balanço das safras 2021/22 de soja e milho da Argentina e avaliou as perdas durante a edição desta sexta-feira (11) do programa Tempo & Dinheiro . 

A equipe, que conta com a presença de três técnicos agrônomos da Big Safra, responsáveis por traçar uma perspectiva precisa das condições das lavouras, chegou em Buenos Aires no último sábado, dia 5 de fevereiro. Desde então, atravessaram o país, chegando até a cidade de Rosário e retornaram à capital, Buenos Aires, nesta sexta. 

Conforme apontou Sousa, as áreas do centro e norte de Buenos Aires, Santa Fé e Córdoba deixam muito a desejar. Segundo ele, a soja do cedo está iniciando o período de enchimento de vagens e até agora apresenta uma quebra  que pode chegar aos 15%. "Não adianta falar que, hoje, a quebra na Argentina é superior a 15%", afirmou o diretor do grupo Labhoro. 

Em relação à soja de ciclo médio e tarde, Ginaldo revelou que as lavouras precisam de muita chuva. Na Argentina, houve um alívio da seca no início de janeiro, por isso a situação não é ainda pior. Contudo, daqui para frente será necessário que continue chovendo, por isso não é possível determinar a dimensão da quebra que terá no país. 

Por enquanto, segundo ele, é possível estimar perdas de 12% a 15%, mas é preciso esperar. Os prognósticos de chuva não indicam bons volumes em território argentino, por esse motivo a quebra pode ter uma dimensão ainda maior do que as projeções do USDA, que indicam safra de 44 milhões de toneladas. 

Duranta o início da tarde desta sexta, em Buenos Aires, durante a entrevista para o Tempo & Dinheiro, a temperatura estava em torno de 28°C, com sensação térmica acima de 30°C. Porém, na próxima semana, o tempo deve ficar ainda mais quente. Com o calor e, caso não chova, as perdas serão contabilizadas diariamente, conforme avaliou o diretor.  

Portanto, a situação mais crítica é para a soja em período de floração. "Tem que chover e chover mesmo, porque a soja está em um estado de floração e começando a entrar em enchimento. A que está em floração começa a abortar e depois, se chover, a recuperação não é mesma. Somente o clima pode resolver o problema da Argentina, a safra pode ser de 40, de 35 ou de 30 [milhões de toneladas]. Tudo vai depender do clima", avaliou Ginaldo. 

Milho
Ainda de acordo o diretor da Labhoro, o milho do cedo apresenta uma quebra de 30% ou mais. Já o milho do tarde está em um estágio em que é preciso muita chuva daqui para frente, senão também terá quebra e em um nível ainda maior. O diretor acrescentou que o milho do tarde, que representa 50% da safra argentina, está em estágio de floração e precisa urgentemente de chuvas e pode ter até 40% de perdas.

Durante toda a semana, o Notícias Agrícolas veio trazendo informações coletadas in loco pelo time do Crop Tour Argentina 2022, as quais estão concentradas em uma página especial e que pode ser conferida clicando AQUI. São fotos, vídeos, notícias e dados depois de uma semana de visitas às principais regiões produtoras da Argentina. 

Por: Igor Batista
Fonte: Notícias Agrícolas

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