Preços do açúcar recuam nas bolsas de NY e Londres nesta 3ª; decisão sobre combustíveis no BR contribui para perdas

Publicado em 28/02/2023 16:18 e atualizado em 28/02/2023 17:00
Mercado acompanha informações relacionadas com a safra do Centro-Sul do Brasil, que deve ser positiva, inclusive com notícias de moagem antecipada. Além disso, segundo analista, anúncio da Petrobras de que irá reduzir preço da gasolina nas refinarias, distanciando a competitividade com etanol, e expectativas sobre retomada dos impostos federais, representam vitória parcial do setor sucroenergético
Maurício Muruci - Analista da Safras & Mercado

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Preços do açúcar recuam nas bolsas de NY e Londres nesta 3ª; decisão sobre combustíveis no BR contribui para perdas

 

Os preços futuros do açúcar recuaram mais de 1% nas bolsas de Nova York e Londres nesta sessão de terça-feira (28). O mercado foi pressionado pelas expectativas com a safra 2023/24 do Centro-Sul do Brasil, além da recente movimentação do governos sobre os impostos dos combustíveis.

O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caiu 1,08%, a 20,07 cents/lb, com máxima em 20,47 cents/lb e mínima de 19,96 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato recuou 1,56% no dia, a US$ 562,40 a tonelada.

"Existem vários vetores no mercado operando ao mesmo tempo, primeiro a safra nova do Centro-Sul, que será maior e começará daqui alguns meses. Temos também a antecipação de moagem por parte de algumas usinas e grande nível de incerteza com a questão dos combustíveis e tem muito investidores saindo das commodities", diz Maurício Muruci, analista da Safras & Mercado.

Ainda de acordo com o analista ouvido pelo Notícias Agrícolas, o mercado também recua acompanhando questões gráficas. Os preços do adoçante atingiram máximas de seis anos na sessão anterior, mas ainda se mantém acima do patamar de 20 cents/lb.

A safra 2023/24 do Centro-Sul do Brasil começará em abril e, nas estimativas da Safras, deve representar um adicional de produção. "O mercado está a praticamente um mês da safra nova do Brasil, que deve ter um volume maior de cana de 20 milhões de toneladas", explica Muruci.

O analista também explica sobre a questão dos combustíveis. A expectativa do setor sucroenergético era que o governo realmente retomasse a oneração dos impostos federais sobre a gasolina e etanol, o que garantiria a competitividade entre os dois combustíveis, porém, o anúncio da Petrobras de baixa o fóssil nas refinarias nesta terça retoma as incertezas.

O governo deve anunciar nesta tarde como ficarão as cobranças dos impostos federais sobre gasolina e etanol a partir de amanhã, dia 1º de março. Mais cedo, o Notícias Agrícolas levantou que mesmo antes de uma definição sobre como seria a reoneração, os preços nas bombas já têm subido pelo país.

Leia mais:

+ Governo deve voltar com 75% da tributação federal sobre gasolina e 21% para etanol

+ Antes mesmo da volta dos impostos federais, postos já subiram preços da gasolina e etanol pelo país

No financeiro, o dia foi de valorização do dólar sobre o real, o que também tende a dar pressão sobre os preços do açúcar, mas o petróleo operava em alta.

MERCADO INTERNO

O mercado do açúcar tem trabalhado sem direção clara nessa reta final de entressafra no Brasil. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, foi negociado a R$ 132,10 a saca de 50 kg e queda de 0,88%.

Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 151,62 a saca - estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 23,12 c/lb e valorização de 3,79%.

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