Açúcar encerra semana próximo dos níveis mais altos em seis anos em NY focado nos temores com a safra da Índia

Publicado em 27/01/2023 17:00
Neste momento, mercado do adoçante está atento para as informações das origens asiáticas. Com a safra indiana podendo terminar mais cedo do que no ano anterior, apenas a oferta da Tailândia contribuirá para a oferta no cenário global nesses primeiros meses do ano. No Centro-Sul do Brasil, a produção da safra 2023/24 do Centro-Sul começará apenas em abril do ano que vem
Marcelo Di Bonifacio Filho - Analista em Inteligência de Mercado da StoneX 

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Açúcar encerra semana próximo dos níveis mais altos em seis anos em NY focado nos temores com a safra da Índia

 

Os contratos futuros do açúcar encerraram a sessão desta sexta-feira (27) com altas de mais de 1% nas bolsas de Nova York e Londres. O suporte principal veio da Índia, com safra impactada pelas condições climáticas, e possibilidade de o país não renovar as cotas de exportação.

Além disso, a macroeconomia também impactou nos preços, segundo Marcelo Di Bonifacio Filho, analista em inteligência de mercado da StoneX.

O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York subiu 1,35%, a 20,96 cents/lb, com máxima em 21,03 cents/lb e mínima de 20,55 cents/lb. Na semana, o açúcar acumulou ganhos próximos de 5%. Em Londres, o primeiro contrato teve alta de 1,33%, a US$ 562,40 a tonelada.

Os preços externos, segundo o analista, já se aproximam das máximas de seis anos.

"Existem rumores que vão crescendo sobre uma possível quebra na safra, ou seja, na safra passada eles produziram cerca de 36 milhões de toneladas. As expectativas para a nova eram muito positivas porque eles têm um crescimento de mais de 5%, estão com um mercado bem incentivado", disse o analista.

Nesta sexta-feira, a agência Reuters destacou que a safra no maior estado produtor indiano deve terminar até 60 dias antes do que no ano passado.

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+ Exclusivo: Usinas de açúcar da Índia fecharão mais cedo por impacto de chuvas, diz governo

Diante de todo esse cenário, os indicativos na Índia são cada vez maiores de que o governo do país confirmará logo mais a proibição de exportações adicionais do adoçante na temporada 2022/23 que começou no mês de outubro do ano passado, o que reduzirá a oferta a nível global.

Além disso, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) trouxe nesta semana os dados de produção de açúcar e etanol na primeira quinzena de janeiro. A produção do adoçante totalizou apenas 19 mil toneladas, mas o que chama a atenção é o avanço no etanol.

A próxima safra do Brasil, 2023/24, começará em abril deste ano e tende a dar alguma pressão aos preços do adoçante.

MERCADO INTERNO

Os preços do açúcar no mercado brasileiro têm oscilado em cerca de R$ 130 a saca e poucas negociações ocorrem. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, negociado a R$ 132,47 a saca de 50 kg e alta de 0,16%.

Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 139,25 a saca - estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 21,89 c/lb e alta de 2,79%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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