Tereos amplia investimentos em inteligência artificial em seus canaviais no Brasil

Publicado em 03/12/2021 16:20 e atualizado em 06/12/2021 09:21
Com 300 mil hectares de plantações no país, tecnologia e inovação garantem otimização de trabalho e economia para companhia francesa
Carlos Simões - Diretor de TI, BSC e Negócios agrícolas da Tereos

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Entrevista com Carlos Simões - Diretor de TI, BSC e Negócios agrícolas da Tereos sobre os Investimentos em Canaviais Inteligentes

A Inteligência Artificial (IA) é um conceito amplo, que às vezes deixa as pessoas com uma série de dúvidas. Carlos Simões, diretor de TI, BSC e Negócios agrícolas da Tereos, explica que o objetivo da utilização dessa tecnologia no campo é reunir uma grande quantidade de dados que podem ser traduzidos em informação útil para aplicar no dia a dia. Um exemplo são as imagens de satélite. Por meio delas, é possível obter uma imagem completa que cobre todo o canavial.

Assim, através da análise das imagens, pode-se fazer diversas descobertas, que até recentemente precisavam de muitas pessoas rodando o campo. Um exemplo são as ervas daninhas, cuja identificação necessitava de uma busca por tudo campo e agora pode ser feita por meio do diagnóstico por imagem. “Esse monitoramento faz com que a gente detecte com muito mais agilidade. A gente ganha muito tempo e muita eficiência no tratamento”, afirma o diretor de TI.

Até mesmo mais economia financeira pode ser obtida com a IA. No lugar de veículos rodando pela lavoura consumindo combustível na procura de doenças, o que gera até mesmo mais emissão de carbono, as imagens permitem essa identificação em muito menos tempo. “E tempo é dinheiro”, frisou Simões.

Outro benefício é o ganho de produtividade com a aplicação de fertilizantes e defensivos em momentos mais precisos, como explicou o diretor de TI. “A gente usa estudos históricos de diversos anos do momento em fazemos a aplicação dos insumos e como a planta reage. A inteligência artificial aplicada nos permite usar melhor o insumo na hora correta. Então tem uma economia de custo e um aumento de produtividade”..

Esse processo começou no ano de 2017 e Simões revela que é um desafio dar o pontapé inicial: “Confesso que não é fácil começar, a gente tem que acreditar que em algum momento vai conseguir transformar esses dados e investimento em resultado. Mas o que eu posso dizer é que em três ou quatro anos depois do início, onde a curva de aprendizado é natural, a gente está muito satisfeito com o uso de dados nas nossas decisões de negócio”. E segundo ele, esse é um processo sem volta. "Quanto antes a gente entrar nele, mais rápido a gente aprende e sai na frente da concorrência”, completou o diretor.

Agora, o principal desafio, que pode colocar a IA em outro patamar, é a conectividade. Como ele revelou, já existe tecnologia disponível para integrar totalmente as operações de campo e de escritório. Contudo, o que falta é conexão em tempo real. “Vou dar um exemplo, hoje já existe tecnologia para telemetria de colheitadeiras de cana em tempo real remotamente. A dificuldade é disponibilidade de sinal de telefonia móvel no campo”.

Segundo Simões, a Tereos está preparada com sistema georreferenciado e toda equipe de campo operando com tablets e dispositivos digitais. Agora, o que ele espera no futuro, é a possibilidade de conectar todos equipamentos em tempo real. “Um 5G já nos ajudaria demais e a gente espera, de fato, com esse processo de incorporação do 5G nas zonas urbanas, o cumprimento do compromisso de garantir disponibilidade de sinal 4G no campo. Aí sim a gente vai conseguir traduzir todo investimento em tecnologia em resultados para a agricultura”, finalizou.

 

Por: Jhonatas Simião e Igor Batista
Fonte: Notícias Agrícolas

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