Safra 21/22 de cana tem altos preços, mas produtor deve estar atento aos custos para garantir boas margens

Publicado em 13/07/2021 16:15
JOB Economia e Planejamento vê quebra da safra atual de cana-de-açúcar em torno de 10% devido à falta de chuvas dos últimos meses
Julio Maria M. Borges - Sócio-diretor da JOB Economia e Planejamento

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Entrevista com Julio Maria M. Borges - Sócio-diretor da JOB Economia e Planejamento sobre o planejamento do setor canavieiro

 

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A quebra da safra atual prevista deve oscilar em torno de 10% devido à falta de chuvas que ocorreu no período Abril/20 – Março/21. Desta forma, o rendimento agrícola será menor.

A oferta de produtos finais – açúcar, etanol e energia elétrica – será consequentemente menor e o produtor terá que fazer uma escolha de qual produto vai dar prioridade. A indicação do momento é priorizar açúcar e etanol anidro. 

A importação de etanol americano de milho para abastecer o mercado interno será relativamente baixa . Isto devido ao preço alto do milho que encarece o etanol e ao Real desvalorizado. Devemos ter produto importado do Paraguai, isento da tarifa de importação de 20%. 

A produção de etanol de milho no Brasil está em alta e nesta safra atual 2021/22 deve alcançar 3,6 bi litros ou cerca de 15% da produção do etanol de cana no CSUL.

DEMANDA

A demanda de Ciclo Otto ( gasolina e etanol) deve crescer neste ano de 2021 em relação ao ano passado. Como a oferta de etanol será menor a participação deste combustível no Ciclo Otto será reduzida e o preço de paridade etanol-gasolina na bomba será alto. Com isto restringe-se o uso do etanol combustível.

As transferências de etanol do CSUL para o NNE continuarão , sendo o etanol de milho um protagonista importante destas transferências.  

RESULTADO ECONÔMICO  E SAÚDE FINANCEIRA  

Possivelmente iremos ver preços altos de açúcar, etanol e energia elétrica. E também  custos altos. É provável que o setor tenha mais um ano de bons resultados.

Usinas têm aproveitado os bons resultados econômicos observados recentemente para reduzir o endividamento e otimizar suas operações agrícolas e industriais. Isto inclui fusões e aquisições para aumento da escala de operações. 

O MÉDIO PRAZO  

As demandas de açúcar, energia elétrica e etanol, combustível renovável, devem crescer no médio prazo, dando sustentação para o negócio. E o Brasil está muito competitivo a nível global neste negócio. O fundamental é garantir esta competitividade no médio e longo prazo. 

Além disso, o movimento ESG ( Environmental, social and corporate governance) irá valorizar o negócio de cana-de-açúcar. 

Investir em Pesquisa & Desenvolvimento é uma prioridade para garantir aumento de eficiência ambiental, técnica e econômica e ao mesmo tempo garantir a sobrevivência econômica em bases sustentáveis. Neste aspecto, o setor tem ficado atrás de outras commodities agrícolas como soja e milho. 

Além disso, é necessário olhar a gestão de riscos que assume um papel fundamental nos resultados dos negócios. Riscos crescentes neste novo mundo de incertezas devem ser administrados com eficácia. Estamos incluindo neste contexto riscos de mercado, riscos financeiros, operacionais e cibernéticos.  

Com informações da JOB Economia e Planejamento

Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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