Censo da cana do IAC mostra tendência de incorporação de novas cultivares no Centro-Sul

Publicado em 25/03/2021 11:08 e atualizado em 25/03/2021 14:40
Da safra 2021/22, que começa oficialmente em abril, expectativas apontam para uma menor produtividade e menor nível de ATR
Marcos Guimarães de Andrade Landell - Pesquisador do IAC

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Entrevista com Marcos Guimarães de Andrade Landell - Pesquisador do IAC sobre o Balanço da Safra de Cana-de-Açúcar

 

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As últimas safras de cana-de-açúcar do Centro-Sul do Brasil apresentaram uma tendência de incorporação de novas cultivares, segundo mostrou o último censo varietal do Centro de Cana do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), realizado na safra 2020/21. Esse cenário mostra que o produtor tem buscado por inovação, o que diminui possíveis riscos para a produção nacional.

"Essa é uma tendência extremamente positiva porque você conclui que a utilização de variedades mais novas incorpora canas de maior produtividade agrícola, de maior produtividade agroindustrial, de uma forma geral, beneficiando e dando sustentabilidade econômica para o setor", afirma Marcos Guimarães de Andrade Landell, pesquisador do IAC.

Landell conta que a variedade RB867515 ocupava grande parcela das plantações no Centro-Sul do país até cinco anos atrás e isso preocupava do ponto de vista da sanidade, já que um aparecimento de doença poderia afetar muitos produtores. "Nós indicamos que uma variedade de cana ocupe no máximo, em uma usina ou produtor, em torno de 15% da área", destaca.

"Esse é um índice de segurança bom. Se acontecer algum fato novo, biológico, uma nova doença naquela variedade, com 15% você renova rapidamente sem consequências na sua atividade de cana-de-açúcar", complementa Landell em referência à implantação de cultivares. Outros importantes países produtores de cana-de-açúcar não acompanham essas análises de risco como o Brasil.

A safra 2021/22, que terá início em abril, já começa a ser monitorada pelo Centro de Cana. "Essa grande seca que aconteceu no ano passado, principalmente no estado de São Paulo que não tem irrigação de salvamento, produziu canaviais que brotaram mal ou nem brotaram. E pra ficar mais complicado, houve inúmeros incêndios", afirma Landell.

"Hoje, nós teremos uma necessidade de reforma de canaviais que, normalmente, não deveriam ter e isso vai ter um custo maior para o produtor", pontua o pesquisador do IAC. Esse cenário apontado por Landell deve fazer com que a produtividade na nova safra tenha uma queda sobre a anterior, com projeções de consultorias apontando quebras entre 3% e 10%.

Além da queda na produtividade, a safra 2021/22 de cana-de-açúcar do Brasil também deve ter um menor ATR (Açúcar Total Recuperável) do que os expressivos resultados verificados no último ano.

O censo varietal do IAC é realizado em toda a área produtora do Centro-Sul do país, abrangendo entre 5,5 milhões e 6 milhões de hectares. A região Nordeste também é explorada pelo estudo.

Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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