Cana-de-açúcar: Pesquisa do IAC correlaciona imagens aéreas com condição hídrica das plantas
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Entrevista com Regina Célia de Matos Pires sobre o Sensoriamento Remoto para Cana-de-Açúcar
Uma pesquisa do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) tem correlacionado imagens áreas em lavouras de cana-de-açúcar, através de VANTs (Veículos Aéreos Não Tripulados), com a condição hídrica. E, com isso, deve oferecer ao setor produtivo subsídios para um melhor manejo das plantas, por exemplo.
“Nosso objetivo principal é fornecer para o setor produtivo ferramentas que os ajudem na tomada de decisão das práticas agrícolas”, afirma a pesquisadora Regina Célia de Matos Pires. A pesquisa tem sido feita em área de experimento de cana-de-açúcar no Centro de Cana, em Ribeirão Preto (SP).
O uso de imagens digitais no agronegócio tem crescido consideravelmente nos últimos anos, mas essa aplicação na cana com os VANTs garante dados mais completos das lavouras, usando o todo e não apenas talhões amostrais.
No caso da pesquisa do IAC, verificou-se temperatura menor em áreas de lavouras irrigadas, enquanto que as não irrigadas chegaram a ter temperaturas superiores a 37°C.
“Para a planta crescer, se desenvolver, acumular matéria seca e isso resultar produtividade, precisa ter trocas gasosas. Essas trocas acontecem através das folhas, pelos estômatos, com perda de água por evaporação e entrada de CO2, que é utilizado na fotossíntese para produção de matéria seca”, explica Regina.
Portanto, em momentos de deficiência hídrica, as plantas têm fechamentos de estômatos, o que impacta no crescimento das mesmas. “A irrigação vai favorecer muito o crescimento da planta e a produção desde que haja radiação solar”, complementa a pesquisadora.
Estudo chefiado por Regina recebeu o Prêmio de melhor artigo no Inovagri Meeting Virtual, XXIX Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem e IV Simpósio Brasileiro de Salinidade, em dezembro de 2020.