Mercado do açúcar se volta para as primeiras informações sobre a safra 2021/22 do Brasil
Podcast
Entrevista com Arnaldo Luiz Corrêa - Diretor da Archer Consulting sobre o Mercado do Açúcar
Os últimos dias foram marcados por importantes divulgações do setor sucroenergético. Nesta quarta-feira (13), por exemplo, a União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica) trouxe números atualizados para a safra brasileira em seu levantamento quinzenal.
A moagem acumulada desde o início da safra 2020/2021, até 01 de janeiro de 2021, somou 597,36 milhões de toneladas no Centro-Sul do país. Um crescimento de 3,16% no comparativo com o mesmo período do último ciclo agrícola.
A produção acumulada de açúcar no mesmo período atingiu 38,20 milhões de toneladas, com crescimento de 44,22% no comparativo com o mesmo período da safra passada. A produção de etanol até 01 de janeiro de 2021, por sua vez, atingiu 9,59 bilhão de litros de etanol anidro (-2,70%) e 19,71 bilhão de litros de etanol hidratado (-11,60%).
Apesar disso, Arnaldo Luiz Corrêa, diretor da Archer Consulting, diz que o mercado já precificava os dados reportados pelo Unica e agora os operadores estão mais atentos para atualizações da safra 2021/22 diante da seca no Brasil, expectativas com menor trato cultural e redução de área.
"Esses números da Unica já estavam absorvidos pelo mercado, mas o importante é a visão para a próxima safra, 2021/22, que começará a ser moída em março, e já se fala de uma quebra esperada de 2% a 4%", disse Arnaldo Luiz Corrêa.
Ainda sobre o mercado brasileiro, o analista diz que muitas usinas conseguiram fixar negócios para as próximos safras aproveitando os preços excelentes praticados ao longo da última safra.
Corrêa vê como fatores baixistas aos preços futuros no médio e longo prazos as expectativas de uma produção elevada na Índia e o menor consumo mundial de açúcar no mundo ainda em decorrência da pandemia do coronavírus.