Cota de exportação de 80 mil t de açúcar para os EUA é pequena diante da abertura dada ao etanol americano, diz Safras
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Entrevista com Maurício Muruci - Analista da Safras & Mercado sobre o Mercado do Açúcar e Etanol
Fatores como a valorização do petróleo e possíveis quebras na safra tailandesa de cana-de-açúcar, fizeram com que o açúcar atingisse o patamar de 13 cents de dólar por libra-peso. Para Maurício Muruci, analista da Safra & Mercado, a cota extra de exportação de 80 mil toneladas de açúcar do Brasil para os Estados Unidos é irrisória, já que a produção nacional da commodity gira em torno de 28 milhões de toneladas. O andamento da safra segue bem e as usinas aproveitam o momento para fixar vendas, já que a curva futura de preços não mostra sustentação.
Para o etanol, a abertura para o produto americano é desproporcional em realação à contrapartida dada ao açúcar brasileiro. Se por um lado beneficia fornecedores do complexo nordestino, por outro afeta as usinas do Centro-Sul, que competirão com o etanol americano. Além disso, a tabela de preços nos postos de combustíveis estão muito próximos, o que gera um fator psicológico de preferência para gasolina. Com países entrando em alerta por causa da segunda onda de contaminação de coronavírus, a competitividade dos combustíveis deve ser turbulenta pelos próximos meses.
Enquanto isso, a comercialização CBios segue crescente. Nos últimos sete dias, entre o dia 16 e 22 de setembro, as distribuidoras de combustíveis adquiriram 547,6 mil Créditos de Descarbonização (CBios), quantidade recorde de negociação com a parte obrigada, segundo levantamento da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA). O preço médio por unidade variou entre R$ 23,50 e R$ 32,00. Em uma única transação, mais de 250 mil CBios foram comprados pela parte obrigada.
Como funciona a comercialização de CBios (clique nas imagens para ampliar):