Em Guariba (SP) apenas fornecedores de usinas menores conseguirão atrasar safra à espera de recuperação da cana
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Entrevista com Bruno Rangel - Presidente da Socicana sobre a cana no centro paulista
No município de Guariba/SP, as usinas de porte menores conseguiram atrasar a safra de cana-de-açúcar em função das condições climáticas que comprometeu a produtividade dos canaviais. No entanto, ainda não tem um levantamento preciso dos percentuais das perdas de rentabilidade.
Segundo o presidente da Socicana, Bruno Rangel, os produtores rurais não conseguiram fazer o controle de pragas na safra passada de forma eficiente por conta do tempo seco e acabou prejudicando a soqueira. “No ano passado, alguns produtores chegaram a ter perdas de 28% na produtividade e esse cenário de seca e aumento de pragas fez com que a soqueira ficasse comprometida”, afirma.
Para esta temporada, as perspectivas de rentabilidade estão muito próximas do ano passado. “Ninguém está acreditando que vai melhorar e que vamos ter um pouco mais de material. Porém, precisamos trabalhar com a mesma expectativa e quantidade de cana que o último ano”, relata.
A liderança salienta que o verão é o período mais importante para o desenvolvimento da cultura. “Nós estamos com bastante fé no verão para que as chuvas sejam suficientes e a cana atinja o melhor ponto de desenvolvimento. Então, precisamos esperar ver como o clima vai se comportar”, comenta.
Outro fator que preocupa a associação é o aumento populacional da cigarrinha por conta das precipitações durante os meses de agosto até novembro. “Já estamos com a soqueira debilitada e esse aumento das pragas vai prejudicar ainda mais. Os produtores estão fazendo o controle e realizando as aplicações necessárias, porém é um controle que não chega aos 100%”, destaca.
Com relação à cana de 18 meses, Rangel aponta que a maioria dos casos o plantio foi realizado em fevereiro e tem muitas áreas que o cultivo não ficou bom. “Outros agricultores não realizaram a semeadura por falta de chuvas e as plantas que foram cultivadas não se desenvolveram direito, tendo em vista que isso vai acarretar uma perda de produção na cana planta”, ressalta.