Já em teste de campo, pesquisa identifica genes ‘donos’ do açúcar e pode dar resposta rápida na melhoria e seleção de variedades
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Entrevista com Anete Pereira de Souza - Professora da IB/Unicamp sobre o Gene identificado pode render mais açúcar/etanol
Uma pesquisa realizada pelo o Instituto Biológico da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) identificou os genes responsáveis pela a produção de açúcar da cana, e que futuramente, pode trazer mais produtividade e resistência da planta as doenças. No entanto, muitos laboratórios ainda estão tentando realizar o sequenciamento genômico da cultura.
De acordo com a professora da IB/Unicamp, Anete Pereira de Souza, o foco da pesquisa é obter os genes responsáveis pela a produção de açúcar, resistência da plantas a doenças e tolerância a climas adversos. “Até então, estava sendo muito difícil visto que o genoma é muito grande e complicado. Na literatura se fala que é a espécie que tem o genoma mais difícil de seqüenciar”, comenta.
Por conta da dificuldade em seqüenciar o genoma, o grupo de pesquisa utilizou uma estratégia alternativa que comparou a cana-de-açúcar com o sorgo. Através dessas comparações foi encontrado mais de 50 genes associados ao aumento da produção de açúcar.
Ainda segundo a professora, o próximo passo da pesquisa é desenvolver um marcador molecular para fazer comparações com as variedades de cana-de-açúcar co IAC (Instituo Agronômico de Campinas) e da Ridesa (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético). “Nós vamos comparar essas marcas que vamos desenvolver para esses genes, que já estão sendo desenvolvidas, para encontrar as plantas que produzem mais açúcar”, ressalta.
Após a conclusão dessa etapa no projeto, o estudo será encaminhado para o IAC e ao Ridesa para incluir no programa de melhoramento genético. Além disso, a descobertas dos genes pode melhorar a produção de etanol por hectare de cana plantado.
O cultivo de cana-de-açúcar com esses genomas presentes vai beneficiar tanto a produção de açúcar como o de álcool também. “Tem uma parte do meu grupo que trabalha na obtenção de enzimas que possam quebrar e digerir a celulose da cana”, destaca.