Usinas não pagam mais pela Bonsucro, desanima os produtores com os custos da certificação e atrasa até a qualidade da cana
Nesta segunda-feira (14), Bruno Rangel, presidente da Socicana, conversou com o Notícias Agrícolas para falar sobre a certificação da Bonsucro, que é a principal para a cadeia sucroenergética, visando verificar todas as condições para uma produção sustentável.
Rangel, que é o representante do conselho da Bonsucro, destaca que a certificação funciona como uma referência para os produtores trabalharem de uma maneira mais eficaz. No dia a dia dos produtores, a sustentabilidade ambiental, social e econômica também acabam orientando na melhora do processo produtivo, aumentando o nível de gestão dos produtores.
Contudo, esse processo é oneroso e apenas três produtores e duas entidades possuem essa certificação na Socicana. Também não é feito o pagamento de bônus por essa certificação, cujo custo pode variar de US$5 mil a US$10 mil.
Na Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Bariri (ASSOBARI), segundo Rangel, há um conhecimento grande a respeito de todo o processo de certificação. Contudo, os produtores não vêm recebendo mais nenhum tipo de prêmio por essa certificação.
Outras associações, neste momento, já estão mudando um pouco a sua mentalidade. "Querendo ou não, ainda somos muito reféns do mercado europeu e asiático, que exigem uma certificação", destaca.