Etanol nas usina já chega a R$2,10/litro mas são poucas que se beneficiam desses níveis de preços. Média do preço na safra é de R$1,60/litro
Os preços do etanol na usina estão em alta e já chegam a R$ 2,10/litros em alguns negócios, por conta da baixa oferta. Para o consumidor final o reajuste ainda não é sentido, devido à formação de preço com base em estoques mais baratos.
No entanto, na média da safra 2015/16 o etanol na usina foi comercializado a R$1,60/litro, abaixo da média da temporada anterior. Nesse patamar, as cotações cobrem apenas os custos operacionais e não aliviam a pressão sobre as indústrias.
Segundo o diretor da trading bioagência, Tarcilo Rodrigues, há sempre um atraso na formação de preço na usina (atacado), e o valor que é vendido no varejo (consumidor final). Atualmente, , as distribuidoras possuem estoques que foram adquiridos em valores menores, contudo, "quando esses estoques foram repostos terá que ser feito um reajuste na bomba", explica.
Além disso, há sempre um retardo no repasse desses valores, pois as distribuidoras não querem perder uma fatia do mercado sendo a primeira a reajustar o valor.
De acordo com Rodrigues, hoje a revendedor adquire o etanol nas usinas por R$ 2,10/litro, indicando que o combustível deveria ser comercializado acima de R$ 2,70/litro, no entanto na média dos postos paulista o etanol é vendido a R$ 2,65/l.
"Até o inicio do próximo ciclo que deve ser em meados de março/abril, o estoque disponível é limitado, e há necessidade de fazer um reajuste nesses preços para que caiba no mercado", explica o diretor.
Essa alta, porém, deve ser observada com cautela, uma vez que reduz a competitividade com a gasolina. "Já se observa na primeira quinzena de janeiro uma redução na demanda e, no curso do mês de fevereiro também devemos perceber isso à medida que esses reajustes são repassado", pondera Rodrigues.
Na analise do diretor, o mercado atingiu um ponto de equilíbrio e não devemos ter novas altas expressivas nas usinas nos próximos meses. Para a safra 2016/17 as perspectivas são mais positivas, com os aumentos da gasolina em relação ao etanol e o próprio mercado do açúcar que vem se recuperando desde o final do ano passado.