Feriado de Ano Novo Lunar tira China do mercado, pressiona soja em Chicago e limita oportunidades de vendas no BR

Publicado em 27/01/2025 16:56 e atualizado em 27/01/2025 18:01
Algumas chuvas chegando à AMS e baixa das retenciones na Argentina ajudam na pressão deste início de semana. No Brasil, momento não é o mais favorável para novos negócios.
Vlamir Brandalizze - Consultor de Mercado da Brandalizze Consulting
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Feriado de Ano Novo Lunar tira China do mercado e soja fecha 2ª feira no vermelho em Chicago

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O início de semana que marca o começo do feriado do Ano Novo Lunar na Ásia, em especial na China, trouxe uma fragilidade maior aos preços da soja na Bolsa de Chicago, que fechou o pregão desta segunda-feira (27) com perdas de 8,50 a 10,75 pontos nos principais vencimentos, levando o maio a US$ 10,58 e o julho. O mercado sentiu ainda a pressão de algumas chuvas que chegaram à partes da América do Sul e também de uma diminuição das retenciones na Argentina. 

"Esse é um período, de pelo menos uma semana, em que a China não negocia praticamente nada no mercado internacional. O feriado local começa no dia 29 e vai até o dia 16, mas o feriado de negócios tem de sete a oito dias. E depois do feriado, vem um nova China, pensando em como vai se reinventar", explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting. 

Além disso, na volta das festividades, a China também deve redobrar suas atenções sobre as relações comerciais com os Estados Unidos, dado o início do novo governo de Donald Trump. "E nesta hora de guerra comercial, o chinês gosta de estar com os pés no chão", afirma o consultor. 

Os preços da soja foram pressionados, no entanto, por mais uma combinação de fatores, entre eles o clima para a conclusão da safra da América do Sul e as retenciones mais baixas na Argentina, oficializadas nesta segunda-feira pelo governo de Javier Milei. "Ainda há grandes dúvidas sobre a safra real por aqui", diz Brandalizze. "A dúvida é qual o rumo efetivo depois que mais produtores colocarem suas máquinas no campo (...) e olho também nessa nova fase da Argentina".

No mercado brasileiro, o momento não é o mais oportuno para novos negócios, já que a janela fica mais estreita com a China fora do mercado neste momento. Os preços no mercado de balcão, por exemplo, apresentaram indicativos de R$ 1,00 a R$ 2,00 mais baixos, e com certa estabilidade nos portos. A compensação vem de prêmios melhores, flutuando e amenizando essa pressão negativa que vem de Chicago. 

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistacarlamendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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