Soja: Recuperação dos preços no BR ainda tem fôlego, em especial para produto disponível, diz consultor
A safra 2023/24 dos Estados Unidos ainda tem muito a oferecer de informações ao mercado, com as lavouras apenas entrando em seus estágios mais críticos de desenvolvimento e com previsões climáticas que ainda acendem sinais de alerta, com poucas chuvas e temperaturas em elevação. "A soja dos EUA não está garantida, não estão boa. Mas o ajuste (pelo USDA de 1% a menos no índice de bom/excelente) dessa semana não é muito drástico, muito significativo", explicou o consultor de mercado Aaron Edwards, da Roach Ag Marketing. "Não sabemos ainda se uma soja se estabilizando em um patamar ruim ou se pode piorar ainda mais".
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Edwards lembra, no entanto, que mesmo sendo esta uma safra menor, estará disponível mais cedo ao mercado, uma vez que o plantio ocorreu em um ritmo mais acelerado, mais cedo, se concluindo antes do que acontecia em safras anteriores.
Assim, o mercado segue acompanhando de perto tais desdobramentos para se posicionar. O consultor complementa dizendo que apesar das recentes altas, o que mais lhe preocupa são os fundamentos de longo prazo, em especial as expectativas em torno da safra 2023/24 da América do Sul.
"Não tem soja nos EUA, mas terá logo. Ainda tem soja no Brasil e se o Brasil produzir o que o Brasil produziu no ano passado e a Agentina uma safra normal, só esses dois países podem superar 200 milhões de toneladas. E a pergunta de quem é comprador é se haverá mais soja em dois, três, seis meses. E não é que a demanda está fraca, mas ela não tem previsão de absorver todo este 'extra' que vai entrar no mercado. No mais longo prazo, meu receio é que estes patamares de preços não irão continuar", diz o especialista.
Para o produtor brasileiro, os momento são importantes e precisam de atenção, em especial com as cotações na CBOT ainda atuando acima dos US$ 13,00 a US$ 14,00 por bushel. "Para a safra nova, travar rentabilidade é uma decisão muito sensata de gestão de negócios. Para a soja disponível, a situação é diferente porque só tem soja no Brasil agora, então temos visto uma boa recuperação no mercado físico brasileiro que tem um certo fôlego ainda até que comece a competir com a safra americana. Então, soja disponível, especialmente se visa resultados em reais, ainda o produtor pode ter um pouco de paciência", detalha o consultor.