Soja: Lineups nos portos brasileiros são recordes, mas prêmios compensam apenas partes das baixas na CBOT

Publicado em 28/06/2023 16:58 e atualizado em 28/06/2023 17:43
Grãos têm novo dia de baixas muito fortes em Chicago; prêmios seguem reagindo no BR
Cristiano Palavro - Diretor da Pátria Agronegócios

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Grãos têm novo dia de baixas muito fortes em Chicago; prêmios seguem reagindo no BR

 

A quarta-feira (28) terminou com o mercado da soja respondendo com baixas de mais de 2% entre os futuros da oleaginosa mais negociados na Bolsa de Chicago às previsões de clima mais favoráveis à safra 2023/24 dos Estados Unidos para os próximos dias e semanas. O vencimento agosto fechou a sessão com US$ 13,61 e o novembro com US$ 12,65 por bushel. Milho e trigo também caíram forte, perdendo mais de 4% em ambos. 

"O clima americano era um fator de suporte durante todo este mês de junho, mas estamos perdendo parte deste prêmio climático em função da chegada de chuvas", explica o diretor da Pátria Agronegócios, Cristiano Palavro, em entrevista ao Notícias Agrícolas. O especialista complementa dizendo que com essas precipitações se confirmando, o potencial de recuperação da safra americana é considerável e está sendo considerado pelos traders. 

Previsão de chuvas para os próximos 5 dias - Mapa: NOAA
Previsão de chuvas para os próximos 7 dias - Mapa: NOAA

Palavro afirma também que com esse cenário mais favorável aos campos americanos se confirmando, novas baixas podem ser registradas em Chicago pelos futuros dos grãos, mas diz também que ainda há muito a acontecer com a temporada 2023/24, o que deve favorecer e alimentar a intensidade da volatilidade típica do momento de mercado climático americano. 

No Brasil, os prêmios vão testando recuperações importantes e compensando o recuo agressivo que os futuros da soja testam na CBOT. "Certamente há um processo de compensação, mas ele é parcial e não total. O que temos visto, quando os prêmios sobem, são muitas empresas fora do mercado e pouco repasse das altas no preço final", relata o executivo. 

A demanda pela soja brasileira é bastante forte neste momento, os lineups são recordes atualmente nos portos do país, todavia, para que o potencial das exportações do Brasil seja alcançado na totalidade - marcando algo entre 94 e 95 milhões de toneladas - será necessário agilidade nos embarques, os quais deverão disputar espaço nos terminais com o milho, já que a colheita da segunda safra está a pleno vapor. 

"A demanda existe sim, os lineups estão 30% acima da média dos últimos anos, mas só essa demanda crescente está sendo insuficiente para abarcar todas essas expectativas de crescimento na oferta total. Então, considerando safras normais, realmente temos uma pressão mais positiva do que negativa nesta balança, que se reflete nos estoques já projetados bem superiores tanto nos EUA, quanto para o Brasil e para os próprios estoques globais na virada para 2024", explica o analista. 

Veja a entrevista de Cristiano Palavro na íntegra. 

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistacarlamendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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