Produtores brasileiros vão para o mercado em pleno feriado nos EUA e conseguem entre R$2 a R$3 a mais pela soja no balcão. Nos portos, mercado parado

Publicado em 29/05/2023 16:56 e atualizado em 29/05/2023 18:18
Analista alerta que momento é bom para troca de soja por insumos e fala sobre os riscos de deixar para negociar no segundo semestre
Vlamir Brandalizze - Analista de Mercado da Brandalizze Consulting

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Produtores brasileiros vão para o mercado em pleno feriado nos EUA e conseguem entre R$2 a R$3 a mais pela soja no balcão. Nos portos, mercado parado

O mercado brasileiro de soja ficou sem a referência da Bolsa de Chicago em função do feriado do Memorial Day nos Estados Unidos nesta segunda-feira (29). Ainda assim, segundo explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, o produtor brasileiro - que ainda tem elevados volumes de produto a comercializar - foi às vendas e conseguiu  preços melhores do que os da última semana, principalmente no mercado de balcão. 

"O que vimos hoje é que o balcão estava pagando de R$ 2,00 a R$ 3,00 a mais por saca em relação à sexta-feira. Então, mesmo se Chicago, produtor foi a mercado no balcão. Nos portos, tudo parado, sem nem indicativos de prêmios", afirma o especialista,. 

Assim, os negócios fluíram melhor, com o produtor aproveitando estes momentos para fazer um pouco mais de caixa, diante de compromissos que começam a vender. Mais do que isso, ainda como alerta Brandalizze, o momento também á favorável para as relações de troca que o produtor pode fazer com os insumos para a safra 2023/24. 

O consultor orienta, portanto, que o produtor vá aproveitando estas oportunidades que o mercado oferece e vá fazendo algumas posições, avançando com seus negócios e evitando que um volume cada vez maior de soja se acumule no segundo semestre, competindo espaço nos portos com o milho safrinha, açúcar e demais produtos. 

Há cerca de 67 milhões de toneladas ainda não negociadas da soja brasileira, o país pode virar o ano com os maiores estoques da história e, como explica Brandalizze, "isso pode pressionar as cotações a frente. Então, o produtor tem que ir aproveitando". 

Sobre a reabertura do mercado em Chicago, o consultor reafirma que o foco central está sobre o clima no Meio-Oeste americano. Embora alguns mapas comecem a mostrar chuvas melhores no leste do Corn Belt nos próximos dias, os volumes ainda são limitados e a distruibuição é irregular, ainda gerando preocupação entre os produtores americanos. 

"Neste momento, os produtores precisam de umidade no solo e temperaturas amenas, não pode ter muito calor ou vai haver morte das plantas, e isso diminui o número de plantas por metro quadrado e afeta a produtividade. Então, hoje, o produtor está bem preocupado com o clima", diz. "O temor é que junho e julho sejam muito quentes". 

Uma mudança expressiva nos preços, ainda como explica o consultor, teria de vir de algum problema sério e se agravandos nos EUA, afetando severamente a nova safra dos Estados Unidos. 


 

Por: Aleksander Horta e Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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