Estiagem derruba produtividade da safra em São Borja (RS) para 5 a 10 sacas por hectare, em média, segundo especialista

Publicado em 20/04/2023 11:34
Engenheiro agrônomo do Sindicato Rural detalha que entre 30% a 40% dos produtores da área de sequeiro devem desistir da atividade devido ao prejuízo
Albano Antônio Strieder - Engenheiro Agrônomo do Sindicato Rural de São Borja/RS

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Estiagem derruba produtividade da safra em São Borja (RS) para 5 a 10 sacas por hectare, em média, segundo especialista

 

A estiagem que atingiu o Rio Grande do Sul na safra de soja deste ano derrubou de forma drástica a média de produtividade da oleaginosa em São Borja, conforme conta o engenheiro agrônomo do Sindicato Rural local, Albano Antonio Streider. Segundo ele, em um ano bom para a safra, a média costuma ser de 45 a 50 sacas por hectare, e este ano, ainda que pouco mais da metade das áreas já tenham sido colhidas, a produtividade estimada é, em média, entre cinco a 10 sacas por hectare nas áreas de sequeiro. 

Streider explica que durante o desenvolvimento das plantas, o nível de precipitações ideal seria de 550 milímetros, mas que nesta safra, não chegou nem a 200mm. "Para ser mais exato, a média de chuva rendeu 180 milímetros", disse.

"Isso acabou prejudicando demais as lavouras. As plantas, que deveriam chegar a um metro, 1,30m, alcançaram, no máximo, 20 centímetros, rendendo poucas vagens, fora que os grãos não atingiram o peso ideal". Soma-se às preocupações do produtor o alto custo para a implantação das lavouras e também do manejo, já que mesmo com a seca, houve incidência de pragas e ervas daninhas, e o agricultor teve que gastar com os insumos para o controle.

Com esta falta de chuvas, até quem utiliza pivô central teve problemas, já que não havia fonte de água suficiente para irrigar as lavouras. "Nos talhões com pivô central, a produtividade normal, que seria de 60 sacas por hectare, deve cair para cerca de 30 a 40 sacas por hectare", afirmou. 

Desta forma, quando se fala principalmente nos produtores de áreas de sequeiro, Streider afirma que 95% não devem conseguir honrar com os compromissos, e em torno de 30% a 40% devem deixar a atividade pelo alto prejuízo. "No ano passado, mesmo com situação semelhante devido à estiagem, muitos ainda conseguiram fazer o seguro e receber os valores. Este ano, havia bastante restrições por parte das seguradoras, e muitos produtores não conseguiram fazer o seguro", contou.
 

Por: Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas

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