Região de Santo Ângelo (RS) deve ter quebra na safra de soja na casa dos 50% e baixo peso nos grãos colhidos

Publicado em 30/03/2023 10:49 e atualizado em 30/03/2023 11:38
Segundo presidente do Sindicato Rural, produtores da área estão com problemas por não terem recebido o seguro das perdas referentes à safra anterior, freando investimentos nos próximos cultivos
Laurindo Nikititz - Presidente do Sind. Rural de Santo Ângelo/RS

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Região de Santo Ângelo (RS) deve ter quebra na safra de soja na casa dos 50% e baixo peso nos grãos colhidos

As perdas na safra de soja na região de Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul, começam a ser colhidas, mas com perdas consolidadas que devem chegar a 50% da produtividade. Segundo o presidente do Sindicato Rural do Município, Laurindo Nikititz, a estiagem castigou as lavouras, e além da perda de produtividade, o peso dos grãos deve ser menor, já que a cultura não se desenvolveu como deveria.

"Estas áreas que estão começando a ser colhidas vão render, em média, entre cinco a dez sacas por hectare. As que ainda estão em desenvolvimento já foram prejudicadas. Pode até vir chuva, mas o estrago está feito", diz ele, pontuando que este ano a média de produtividade deve chegar à casa das 25 sacas por hectare, quando o normal para a região é de cerca de 58 a 60 sacas por hectare.

A liderança destaca que não só a estiagem deixou os produtores em maus lençóis nesta safra, mas também o alto custo dos insumos e a queda nos preços das commodities. "Este ano, por exemplo, chegamos a pagar R$ 5 mil reais em uma tonelada de adubo. Ano passado, a soja que era cotada a R$ 200,00 a saca, agora está em R$ 145,00", afirmou. 

Outro ponto preocupante citado por Nikititz é o acúmulo nas quebras de safra na área, sendo a terceira consecutiva para o milho e a segunda para a soja. "Inclusive, muitos produtores que acionaram o seguro em relação à perda da soja ano passado ainda não receberam os valores e estão processando as seguradoras".

Desta forma, os próximos cultivos, como o trigo, por exemplo, não têm perspectiva de aumento de área, nem investimento em tecnologia, de acordo com o presidente do Sindicato, já que o produtor está com desfalque no caixa.

 

Por: Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas

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