Seca continua grave na Argentina e safra de soja pode ficar abaixo de 40 mi de t
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Seca continua grave na Argentina e safra de soja pode ficar abaixo de 40 mi de t
As chuvas mais recentes que chegaram a algumas regiões produtoras da Argentina no final de semana do Ano Novo não atingiram a chamada Zona Núcleo - coração da produção no país - e onde chegaram foram insuficientes, como explicou, em entrevista ao Notícias Agrícolas, Sebastian Gavalda, diretor da Globaltecnos. Trata-se da terceira ocorrência seguida de La Niña e em todas as ocasiões não só a produção de soja, mas também de milho e as demais culturas de verão sofrem muito.
De acordo com o relato do executivo, as perdas de potencial produtivo se agravam a cada dia que passa sem precipitações adequadas e caso o quadro, de fato, não melhore nas próximas semanas, os volumes efetivamente colhidos poderão ser ainda menores.
Gavalda acredita que diante da atual situação, a safra argentina da oleaginosa poderia ficar abaixo de 40 milhões de toneladas, como algumas instituições já sinalizam. "Estamos ficando sem tempo. Os dias vão passando, sem chuvas, e muitos campos vão ficando vazios. Não temos boas notícias para dar das safras da Argentina este ano", diz.
O foco total do produtor argentino, neste momento, está sobre o campo e suas estratégias agronômicas, e não é possível que - ao menos por agora - trace estratégicas comerciais frente às condições atuais da safra. "Ninguém está pensando em vendas para 2023, a colheita acontece em maio, e o foco está todo no campo agora", explica o diretor, que acrescenta dizendo que as retenciones são outro problema para o produtor argentino.
As taxações sobre as exportações argentinas de soja são de 33% e nem mesmo o chamado 'dólar soja' - ferramenta utilizada pelo governo argentino em setembro e dezembro para estimular a venda da commodity e gerar divisas para sua frágil economia - dão espaço à formação de preços atrativos o suficiente para os sojicultores avançarem com seus negócios.