Soja em Chicago encerra estável na comparação semanal em Chicago, mas no Brasil as perdas são maiores com regiões tendo recuos de até R$14/saca

Publicado em 07/10/2022 17:37
Mercado espera por redução de produtividade da soja no relatório do USDA, mas o que dará rumo aos preços será o tamanho dos estoques nos EUA, alerta Palavro
Cristiano Palavro - Diretor da Pátria Agronegócios

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Soja em Chicago encerra estável na comparação semanal em Chicago, mas no Brasil as perdas são maiores com regiões tendo recuos de até R$14/saca

A semana foi bastante negativa para os preços da soja no mercado brasileiro, que cederam até R$ 14,00 por saca nos portos do país, pressionados principalmente pela baixa do dólar frente ao real, como explicou o analista de mercado e diretor da Pátria Agronegócios, Cristiano Palavro. O câmbio pesou bastante desde segunda-feira (3), quando somente naquela sessão despencou mais de 4%. 

Algumas referências para a safra 2022/23 que, até o final da última semana testavam até R$ 161,00, R$ 162,00, chegaram a operar abaixo dos R$ 150,00, afastando ainda mais os produtores da ponta vendedora para novos negócios. E ainda como explica Palavro, o recuo é preocupante porque há muitos produtores que ainda não começaram sua comercialização e poderão encarar preços consideravelmente menores. 

De acordo com cálculos da Pátria, há menos de 30% da soja da nova temporada já negociada. "Os níveis de venda tinham melhorado muito quando o dólar chegou a superar R$ 5,40 e até algo entre R$ 5,50, R$ 5,60 no dólar futuro. O produtor aproveitou essa janela que foi rápida, que foi curta, mas agora não vai 'entrar' nestes patamares de preços", diz. 

Para a soja disponível a situação não foi diferente. As referências que superavam os R$ 190,00 até o final da semana passada voltaram a testar níveis abaixo dos R$ 180,00 e mesmo o produtor que ainda tem soja nas mãos da safra velha também pisou no freio nestes últimos dias. 

Além disso, a semana também foi de demanda mais lenta, com a China fora do mercado em função do feriado da Golden Week, o que ajudou a pesar ainda mais sobre as cotações, inclusive na Bolsa de Chicago. Por outro lado, depois de dez dias com atividades 'suspensas' pela semana dourada, a nação asiática, ainda segundo Palavro, deverá voltar agressiva já que ainda precisa comprar alguns volumes para garantir um adequado abastecimento, bem como atender à demanda de farelo de soja, já que as margens da suinocultura permanecem fortes e a demanda do setor, portanto, elevada. 

BOLSA DE CHICAGO

Na Bolsa de Chicago, os futuros da oleaginosa terminaram o dia em campo positivo, porém, também não tiveram uma grande semana. E a pressão maior, entre os fundamentos, vem do avanço do plantio na América do Sul e das expectativas de uma retomada importante da oferta por aqui. 

"Sem problemas de clima teremos, pelo menos, algo entre 145 e 146 milhões de toneladas de soja do Brasil entrando no mercado, algo de 25 a 30 milhões de toneladas a mais do que no ano passado, 7 milhões a mais da Argentina, 5 milhões a mais do Paraguai, e isso diante de uma demanda que não deve crescer mais de 15 milhões", explica Cristiano Palavro. 

E com a confiramação destas boas safras, estoques maiores e consequente pressão sobre os preços "sem uma sinalização diferente do mercado". 

Para a próxima semana, o mercado se atenta também à chegada do novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no dia 12 de outubro, que poderia trazer uma correção para baixo na produtividade norte-americana e, consequentemente, uma safra menor. "Mas cortes de safra poderiam vir acompanhados de cortes nas exportações, na demanda". 

Por: Aleksander Horta e Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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