Dólar em alta estimula exportação da soja brasileira enquanto indústrias processadoras demandam menos por conta dos resultados negativos

Publicado em 29/09/2022 17:39 e atualizado em 29/09/2022 18:31
Negócios nos portos ficam acima dos R$190/saca enquanto mercado interno paga entre R$186 a no máximo R$188 / saca
Vlamir Brandalizze - Analista de Mercado da Brandalizze Consulting

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Dólar em alta estimula exportação da soja brasileira enquanto indústrias processadoras demandam menos por conta dos resultados negativos

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O mercado da soja na Bolsa de Chicago fechou em campo positivo, porém, com tímidas altas nesta quinta-feira (29). Os contratos mais negociados terminaram o dia subindo entre 2 e 4,25 pontos, com o novembro valendo US$ 14,10 e o março com US$ 14,24 por bushel. Como explicou Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, há foco sobre os fundamentos, mas também atenção ao que o mercado financeiro sinaliza, em especial, neste momento, diante das notícias que partem do conflito entre Rússia e Ucrânia.

Há excesso de chuvas para o plantio em partes do Brasil, bem como há atraso na colheita dos Estados Unidos, ambos fatores que dão suporte às cotações. No entanto, de olho também nos demais mercados, a volatilidade continua muito forte. 

Ainda assim, como explica Brandalizze, as expectativas sobre a nova safra brasileira são grandes, de área e colheita recordes, porém, "o mercado 'gostou' desse início de temporada com chuvas acima do normal, e o plantio está mais lento do que poderia, o mercado está acompanhando". Assim, o foco dos trades deve permanecer sobre os mapas climáticos para a América do Sul, já que ainda podem  trazer algumas surpresas. 

MERCADO BRASILEIRO

Sobre o mercado brasileiro, o consultor destaca o ritmo lento das processadoras - algumas inclusive paralisando suas atividades diante de margens muito comprometidas no esmagamento - e como as exportações, portanto, pedem mais soja agora. 

"A demanda por óleo no mercado doméstico ainda está muito lenta, não se recuperou (...) outro fator, setor de rações levando da mão para a boca e, com a demanda doméstica lenta, a indústria paga menos que a exportação", afirma o consultor. 

Assim, a semana no Brasil tem sido de negócios mais lentos - com cerca de 500 mil toneladas - com o produtor focado mais no plantio e diante de preços que são menos atrativos agora, também por conta da demanda interna mais contida. 

Por: Aleksander Horta e Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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