Preços da soja tentam resistir apesar de fatores negativos do financeiro e das expectativas sobre a oferta; colheita americana vai intensificar pressão

Publicado em 16/09/2022 17:15
Estoques baixos de soja dão suporte aos preços e safra na América do Sul não pode ter falhas
Ênio Fernandes - Consultor em Agronegócio da Terra Agronegócios

Podcast

Preços da soja tentam resistir apesar de fatores negativos do financeiro e das expectativas sobre a oferta; colheita americana vai intensificar pressão

 

A semana foi agitada para o mercado da soja na Bolsa de Chicago, mas a sessão desta sexta-feira (16) vai terminando com oscilações tímidas entre os principais contratos negociados e baixas de 1,75 a 3 pontos nos principais contratos, levando o novembro a US$ 14,48 e o março a US$ 14,55 por bushel. 

"Quando se olha o cenário agora, temos poucas notícias altistas e muitas notícias baixistas", explica Ênio Fernandes, consultor de mercado da Terra Agronegócios, reforçando a informação de que o mercado olha para todos estes vetores agora e busca definir uma direção. 

Fernandes cita os movimentos de aversão ao risco - ainda muito frequentes dada toda a incerteza sobre o rumo da economia global - a proximidade da chegada efetiva da nova safra americana ao mercado com a colheita começando, o clima seco na Argetina postergando o plantio do milho, podendo puxar mais área para a soja a frente e o início do plantio no Brasil. 

Todavia, explica que a soja ainda se segura em patamares importantes na CBOT com os estoques de soja muito apertados nos EUA. Ainda assim, afirma que o mercado ainda pode sentir alguma pressão com o avanço da colheita, mas até que chegue a cerca de 50% da área. "Depois essa pressão diminui", diz. E uma direção melhor definida das cotações será dependente também da produtividade média norte-americana. 

Com essa possibilidade de nova baixa entre as cotações, Fernandes afirma que o produtor brasileiro que tem soja da safra velha na mão teria que avançar com seus negócios, principalmente porque mais a frente o interesse das esmagadoras do país deverá diminuir. 

"A pouca disponibilidade de soja (inclusive por conta de menor qualidade do grão) e as margens apertadas no caso do óleo de soja limitam o interesse das indústrias. E onde houve uma perda mais robusta de safra, você (indústria) vai parar mais cedo para pensar na sua planta, e operar mais rápido para diminuir esse delay", explica o consultor. 

Para a safra nova, o produtor do Brasil que fecha as contas e garante uma margem aceitável, "ele pode continuar fazendo seus hedges", mas ele têm que estar muito atento aos custos de produção, e eles são diferentes para cada produtor. 

Por: Aleksander Horta e Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Pátria: Plantio da soja 2024/25 chega a 83,29% da área
Soja tem cenário de sustentação em Chicago agora, principalmente por força da demanda
USDA informa novas vendas de soja nesta 6ª feira, enquanto prêmios cedem no Brasil
Soja opera estável nesta 6ª em Chicago, mas com três primeiros vencimentos abaixo dos US$ 10/bu
Soja volta a perder os US$ 10 em Chicago com foco no potencial de safra da América do Sul
USDA informa nova venda de soja - para China e demaisa destinos - e farelo nesta 5ª feira
undefined