Soja fecha com quase 30 pts de alta em Chicago refletindo demanda forte e preocupações com o clima

Publicado em 26/08/2022 17:10 e atualizado em 26/08/2022 17:50
Preços no Brasil não refletem toda alta na CBOT em função de um recuo do dólar frente ao real. Negócios seguem acontecendo ainda em ritmo mais lento.
Ginaldo de Sousa - Diretor Geral do Grupo Labhoro

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Soja fecha com quase 30 pts de alta em Chicago refletindo demanda forte e preocupações com o clima

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Os preços da soja voltaram a subir e terminaram o pregão desta sexta-feira (26) com altas de quase 30 pontos nos principais contratos. O novembro terminou o dia valendo US$ 14,61 e o março com US$ 14,65 por bushel. O mercado operou durante todo o dia em campo positivo e foi intensificando seus ganhos ao longo do dia. 

Como explicou o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa, o movimento refletiu uma combinação de preocupações com o clima nos Estados Unidos com uma demanda mais forte por soja por parte da China. E com o avanço desta sexta, o mercado recupera boa parte da baixas da sessão anterior, quando a CBOT cedeu de forma expressiva. 

Ao segurar-se nos US$ 14,30 no pregão anterior, o mercado ganhou força e intensificou a trajetória positiva diante das novas notícias que começaram a surgir. 

"Os (modelos climáticos) tiraram as chuvas do Meio-Oeste, principalmente Iowa, Dakotas, Nebraska, e também Ohio, Indiana. E a China comprou, na noite, quatro navios de soja americana e dois de soja brasileira. Tudo isso deu forças aos preços", afirma Sousa. "E o mercado está acreditando que os números trazidos pelo Pro Farmer são números confiáveis". 

No entanto, Sousa afirma que a comparação com a temporada anterior não fará, neste momento, tanta "importância" para o andamento das cotações, uma vez que a safra passada já teve quebra. 

A produção de milho foi estimada em 349,5 milhões de toneladas (13,759 bilhões de bushels), com rendimento médio projetado em 175,84 sacas por hectare (168,1 bushels por acre). Para a soja, são esperadas 123,42 milhões de toneladas (4,535 bilhões de bushels) e rendimento médio de 57,94 sacas por hectare (51,7 bushels/acre). 

Veja os números completos:

"A demanda será muito importante agora, mas se o clima falhar em 15 dias, com chuvas muito abaixo do normal e altas temperaturas, esses preços superariam as altas da safra nova e colocariam mais altas ainda. É preciso ficar atento porque se chover, os preços voltam a ceder porque a safra está caminhando para sua reta final. Então, clima e demanda vão fazer diferença para o mercado", explica o diretor da Labhoro. 

MERCADO BRASILEIRO

Para os preços no mercado brasileiro, o impacto das altas em Chicago foi limitado pela baixa do dólar frente ao real. Nesta sexta, a moeda americana fechou abaixo dos R$ 5,10, sendo cotada  aR$ 5,08 com queda de 0,66%. 

"Assim, os preços não se tornaram tão atraentes que pudessem forçar vendas mais coerentes. Eu acho que o produtor brasileiro está fazendo a coisa certa, vendendo devagar, vendendo a safra nova muito lentamente, mas vendendo o restinho da safra velha de uma forma tranquila, se grandes preocupações", relata Ginaldo Sousa.

Em sua análise, se o clima (nos EUA) ajudar, os preços da soja no Brasil poderiam voltar à casa dos R$ 200,00 por saca, dando melhores margens de renda para o sojicultor, isso também considerando o dólar ainda acima dos R$ 5,00.   

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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