Compras da China ajudam a minimizar pressão sobre as cotações da soja em Chicago, mas não evitam fechamento negativo

Publicado em 19/07/2022 17:29
Mudança dos mapas com mais chuvas para parte dos EUA e confirmação do corredor de exportação da Ucrânia ajudaram na pressão
Ginaldo de Sousa - Diretor Geral do Grupo Labhoro

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Compras da China ajudam a minimizar pressão sobre as cotações da soja em Chicago, mas não evitam fechamento negativo

A terça-feira (19) terminou com os preços da soja caindo mais de 20 pontos nos principais contratos negociados na Bolsa de Chicago. O movimento tirou boa parte das altas registradas na sessão anterior, levando o agosto encerrou o dia com US$ 14,77 e o novembro com US$ 13,58 por bushel. 

"Os temores de uma recessão mundial permanecem assombrando o mercado e têm deixado os players cautelosos. Na China, um aumento dos casos de Covid-19 e os novos problemas no setor imobiliário, afetam as perspectivas de recuperação econômica nesta terça-feira", explica o diretor geral do Grupo Labhoro. 

De outro lado, porém, Sousa afirma que "o fundamento clima norte americano continua sendo altista mostrando apenas chuvas leves e esparsas para grande maioria do Corn Belt e para o Meio-Oeste".

Embora as condições de clima nos Estados Unidos preocupem nos próximos dias e o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) tenha reduzido 1% no índice de lavouras em boas ou excelentes condições, a pressão do financeiro continua grande e hoje pesa sobre todas as commodities, que caem de forma generalizada. 

Ainda na CBOT, as baixas entre os futuros de farelo e óleo são de mais de 2% nos primeiros vencimentos de ambos, os quais eram cotados em, respectivamente, US$ 388,10 por tonelada curta e 59,35 cents de dólar por libra-peso. Para o milho, mais de 3% de baixa nesta terça-feira. 

Além disso, o mercado esteve atento também a novas compras que a China fez de soja dos EUA na madrugada desta terça-feira, o que ajudou a amenizar a pressão sobre as cotações nesta terça na CBOT. 

CLIMA NOS EUA

Ainda de acordo apuração do Grupo Labhoro, "ontem as chuvas nos EUA foram leves, acumulados de até 25 mm para o centro-oeste de Minnesota, norte e oeste da Dakota do Norte, sul de Ohio, Leste do Kentucky, pontos do Tennessee, Mississippi, Alabama e Georgia. Nas demais áreas do Corn Belt e Meio-Oeste as chuvas não aconteceram".

E para os próximos dias, as precipitações deverão seguir mal distribuídas e pouco volumosas. "O modelo GFS desta manhã (19), continua retirando as chuvas para o Meio-Oeste e para o Corn Belt", explicou Sousa. Todavia, na sequência, os mapas atualizados na tarde desta tera, as chuvas já apareciam um pouco mais bem distribuídas e ajudaram na pressão sobre as cotações na CBOT. 

Ainda assim, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) manteve seu índice de lavouras de milho em boas ou excelentes condições em 64% e reduziu o da soja em apenas 1% para 62% em seu reporte semanal de acompanhamento de safras divulgado nesta segunda-feira (18). 

MERCADO BRASILEIRO

No Brasil, como explica Sousa, as atenções devem estar redobradas sobre as oportunidades de negócios que podem continuar aparecendo para os produtores. Parte delas pode vir de uma taxa de câmbio ainda mais elevada ou até mesmo de problemas que ainda podem ser sentidos pela nova safra norte-americana. 

Nesta terça-feira, o dólar fechou com leve alta, mas ainda acima dos R$ 5,40, dando espaço para bons preços sendo formados no mercado nacional. No interior, os indicativos de preços ainda variam de R$ 160,00 a R$ 180,00 por saca nas principais praças de comercialização. Em Cascavel, no Paraná, o dia terminou com alta de 0,58% para R$ 173,00/saca. 

Nos portos, apesar do recuo, as cotações seguem próximas dos R$ 200,00. Em Rio Grande, R$ 194,00 no disponível e R$ 195,00 para agosto. Já em Paranaguá, respectivamente, R$ 195,00  eR$ 196,00 por saca. 

Por: Aleksander Horta e Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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