Movimento exagerado dos Fundos faz novembro perder os US$14/bushel em Chicago e deixa soja atrativa para os compradores

Publicado em 01/07/2022 17:26 e atualizado em 01/07/2022 17:59
Chicago despenca com receio de recessão global e previsões de chuvas em algumas regiões produtoras nos EUA
Ênio Fernandes - Consultor em Agronegócio da Terra Agronegócios

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Movimento exagerado dos Fundos faz novembro perder os US$14/bushel em Chicago e deixa soja atrativa para os compradores

O mercado da soja na Bolsa de Chicago fechou o pregão desta sexta-feira (1) com perdas de mais de 3% - de 49 a 62,75 pontos - levando o agosto a US$ 15,00 e o novembro a fechar abaixo dos US$ 14,00, ficando em US$ 13,95 por bushel. 

"Estamos vivendo um momento extremamente financeiro e muito técnico", explica o consultor em agronegócios Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios, citando os temores com uma recessão em alguns países e um crescimento econômico global bastante comprometido. "O foco é o controle da inflação, mesmo que isso prejudique o crescimento econômico mundial", completa, ressaltando que isso impactou muito o mercado da soja nestes últimos dois dias. 

A semana começou bem, com o mercado buscando se recuperar das perdas agressivas registradas na anterior, porém, foi perdendo força até fechar com as perdas observadas nesta sessão.   

Paralelamente, permanece a atenção do mercado ao clima no Meio-Oeste americano e a sinalização, apesar de algumas regiões em alerta, é para um cenário favorável para o desenvolvimento do safra. 

Todavia, Fernandes afirma que o movimento, porém, pode não ser muito duradouro. "Foi um certo exagero. Até entramos com posições compradas nos contratos novembro e março por acreditar que os fundos exageram nestas posições vendidas". 

O consultor explica ainda que a recente baixa nas cotações deixa a soja mais atrativas para os compradores, em especial para a China. A demanda deve se intensificar diante dos atuais patamares, principalmente porque a nação asiática ainda não está completamente abastecida para os próximos anos. 

E este já seria parte do combustível para uma recuperação das cotações, sobretudo porque os estoques americanos são bastante ajustados. E cita ainda os preços altos do petróleo como outro ponto de suporte para os futuros da oleaginosa. 

"Qualquer problema de clima nos Estados Unidos podemos ter uma reversão total desse quadro e o preço subindo fortemente. Quanto mais seguro o mercado estiver da safra dos EUA, mais pressão sobre os preços, só que eu acredito que o mercado já caiu demais, já cedemos demais, o mercado já realizou demais. Considerando a produtividade média, a área americana e os estoques de passagem. Preços de US$ 13,85 a US$ 14,00 são preços muito atrativos", detalha o consultor. 

Por: Aleksander Horta e Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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