Comercialização da soja 2022/23 e da atual safrinha de milho estão atrasadas no Brasil

Publicado em 29/06/2022 11:36 e atualizado em 29/06/2022 14:10
Mais capitalizados do que há um ano, produtores também foram mais contidos nos negócios com a soja 21/22 e volume ainda a ser negociado é grande no país. Preços, porém, deverão ser ainda remuneradores. No milho, mesmo com a chegada da safrinha, bons preços também são esperados.
Vlamir Brandalizze - Analista de Mercado da Brandalizze Consulting

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Comercialização da soja 2022/23 e da atual safrinha de milho estão atrasadas no Brasil

Mais capitalizados do que há um ano, os produtores brasileiros de soja - à exceção daqueles do Rio Grande do Sul em função da quebra da atual safra - seguraram mais suas vendas e, como explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, há ainda cerca de 40 milhões de toneladas da oleaginosa a serem comercializadas. 
Esse é um fator limitante para as altas no mercado doméstico no segundo semestre, porém, os preços que serão alcançados pelos sojicultores aindas deverão ser adequadamente remuneradores. Brandalizze afirma, porém, que novas oportunidades deverão aparecer nos próximos meses, e o produtor tem de estar atento a elas para escoar aquilo que ainda precisa da atual temporada. 

"A indústria sabe disso, não vai vir agressivamente para comprar. O comprador chamado China tem comprado dentro da normalidade, não tem comprado agressivamente e não tem dado uma pressão adicional aos prêmios. Então, estamos em uma fase de calmaria. Para mudar isso, teríamos que ter algum problema mais sério nos EUA", explica o consultor. 

Com isso, os preços no mercado de balcão têm flutuado pouco, de R$ 1,00 a R$ 2,00 por saca, para cima e para baixo, mas ainda distantes das melhores posições que foram registradas durante o ano. 

Outro alerta importante de Brandalizze é para as vendas da soja 2022/23, as quais também estão atrasadas em relação à média dos últimos anos. O mercado de lotes nos portos testa o patamar dos R$ 185,00 - consideradas boas cotações pelo consultor - mas que exigem atenção por conta das relações de troca com os insumos que podem ficar mais apertadas diante de uma possibilidade de novas altas, em especial dos fertilizantes. 

Com uma safra regular nos EUA e se confirmando as expectativas para o Brasil, o mercado tende a trabalhar, em 2023, entre US$ 14,00 e US$ 15,50 por bushel, "e com esses preços, desses meses para frente, esses R$ 185,00 podem não ser alcançados". 

MILHO

Para o milho, os preços também devem permanecer em patamares remuneradores, apesar da chegada de uma grande oferta de produto. "O mercado vai girar, no Brasil, de acordo com o que circular na cotações de Chicago. Seremos grandes exportadores, devemos passar de 35 milhões de toneladas e o mercado de milho será comandado pelo mercado de portos", explica Vlamir Brandalizze.

A tonelada para o produto tem orbitado entre US$ 310,00 e US$ 320,00, e não se acredita que os preços possam testar valores abaixo dos US$ 300,00, o que ajuda a manter certo suporte entre os futuros do cereal negociados na B3.  

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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