Soja já chegou aos US$ 18,00 no mercado físico dos EUA e analista acredita que Chicago também vai bater esta marca

Publicado em 09/06/2022 17:04 e atualizado em 09/06/2022 17:39
Forte demanda e baixa disponibilidade do grão no mercado estão sustentando as cotações neste momento, em que o vencimento julho/22 se aproxima do recorde histórico na Bolsa. Próximos relatórios do USDA pode acalmar este cenário, mas preços devem voltar a subir no decorrer da safra norte-americana
Aaron Edwards - Consultor de Mercado da Roach Ag Marketing

Podcast

Soja já chegou aos US$ 18,00 no mercado físico dos EUA e analista acredita que Chicago também vai bater esta marca

 

O mercado da soja testou novas altas e fechou a sessão desta quinta-feira (9) subindo entre 11,75 e 29 pontos, com o julho/22 encerrando o dia com US$ 17,69 e o agosto com US$ 16,79 por bushel. Mais cedo, o avanço foi ainda mais intenso, com o julho chegando a superar os US$ 17,80 e marcando o mais alto patamar desde 2012. 

"A principal notícia é a demanda. Passou a notícia do plantio, uma pressão de venda, e acontece que há demanda pela soja e estão procurando onde caçar essa soja para atender essa demanda. Tanto que o contrato de julho, e os de vencimento mais próximos, tiveram ganhos mais fortes do que os de vencimentos mais longos. É o mercado procurando soja para atender este consumo", explica o consultor de mercado Aaron Edwards, da Roach Ag Marketing. 

Também por conta dessa procura forte pela oleaginosa norte-americana, os preços no mercado físico norte-americano já testaram os US$ 18,00 por bushel e o mesmo pode ser dar na Bolsa de Chicago. 

Ainda segundo ele, o mercado e os traders esperam bastante pelo novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga nesta sexta-feira (10), porém, ainda com muita força para passar pela chegada dos novos números. 

"Teremos que sobreviver ao relatório do USDA amanhã, talvez (os preços) precisem de um susto climático. Mas ainda nem chegamos ao meio de junho, a safra americana está para se definir, então ainda tem potencial este mercado. Foi uma década para voltarmos a esse patamar de preço, então a gestão estratégica do produtor é o que faz toda a diferença", afirma. 

Mais do que o boletim desta sexta, Edwards acredita que as novas estimativas de área que serão reportadas pelo USDA no final deste mês, em 30 de junho, com a possibilidade de uma revisão de soja ainda para cima. E não só ele, mas também o boletim de amanhã poderiam, portanto, trazer um momento de "mais calma" para o mercado agora, mas apenas pontual, com os indicativos voltando a subir na sequência, principalmente por conta da força da demanda. 

PARA O BRASIL

O dia também foi muito importante para o mercado brasileiro da soja, com preços em dólares por saca registrando níveis historicamente altos nesta quinta-feira. Nos portos, as referências voltaram a testar a casa dos R$ 200,00 por saca. 

"Não acho que é hora de desespero, de vender tudo de uma vez. Por isso que um plano de gestão é importante, e essas oportunidades têm que ser aproveitadas para vender. Ao longo do pregão, foi isso que aconteceu. No lado de cima, encontrou vendedores e, na minha opinião, vendedores sensatos", afirmou Aaron Edwards. 

Por: Guilherme Dorigatti e Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Política americana, demanda forte e derivados dão tom positivo à Chicago com soja subindo 30 pontos nesse início de semana
Preços do farelo sobem mais de 3% em Chicago e dão espaço para soja intensificar ganhos em Chicago
Soja/Cepea: Maior demanda eleva preços do óleo de soja
Soja lidera ganhos entre os grãos em Chicago nesta 2ª e acompanha avanço dos derivados
Soja em Chicago se distancia do ponto de equilíbrio e produtor americano já tem prejuízo de mais de US$150/hectare nos atuais preços
Mapa publica zoneamento agrícola da soja, safra 24/25, adaptado ao calendário de semeadura e vazio sanitário da Defesa Agropecuária