Paraguai encerra a pior safra de soja da história com apenas 3 milhões de toneladas

Publicado em 15/03/2022 10:39 e atualizado em 15/03/2022 11:09
Colheita está se encerrando com volume 70% menor do que o esperado e deixando produtores com dívidas para trás. Segunda safra de milho também sofreu impactos da seca e safrinha de soja deve ter rendimentos melhores do que aos da safra de verão
Karsten Friedrichsen - Vice-Presidente da APS

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Paraguai encerra a pior safra de soja da história com apenas 3 milhões de toneladas

As lavouras de soja da safra 2021/22 passaram por uma seca muito severa entre os meses de dezembro de 2021 e janeiro de 2022 no Paraguai, o que resultou na pior safra de soja da história moderna do país, na visão da APS (Associação dos Produtores de Soja, Oleaginosas e Cereais do Paraguai).

Segundo o vice-presidente da APS, Karsten Friedrichsen, a expectativa inicial era de produção de 10 milhões de toneladas, mas agora, com a colheita praticamente encerrada, o volume não deve ultrapassar as 3 milhões de toneladas. Uma redução de 70% na produção diante de produtividades médias de 16 sacas por hectare e picos registrados de 26 sc/ha.

O plantio da segunda safra de milho a partir de janeiro também foi prejudicado por esta estiagem, que só foi ver chuvas abundantes e espalhadas por todas as regiões produtoras, depois de outubro de 21, em 11 de março de 22.

Mesmo assim, a área cultivada foi recorde com 1 milhão de hectares cultivados e condições gerais, até o momento, aceitáveis na avaliação da Associação, mesmo que algumas áreas do país tenham sofrido mais com a falta de chuvas.

Já a safrinha de soja teve redução de área plantada, com apenas 300 ou 400 mil hectares ao longo do Paraguai. A liderança enxerga esta como a grande esperança dos produtores em produzir sementes para a próxima temporada 2022/23 e conseguir cumprir alguns dos contratos que ficaram para trás.

O vice-presidente desta que muitos negócios já tinham sido fechados antecipadamente com a tonelada da soja cotada à US$ 420,00, mas não houve como cumprir esses contratos e os produtores ficaram com dívidas nos bancos, empresas de insumos e traders.

Essa situação também já prejudica o planejamento para o próximo ciclo da soja 22/23 com a impossibilidade de adquirir insumos, ainda mais diante das enormes altas de preços. Friedrichsen acredita que a opção será por poupar recursos e administrar o uso de fertilizantes para plantar a soja em condições mínimas de produtividade.

Confira a íntegra da entrevista com o vice-presidente da APS no vídeo.

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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