Soja tem mais de 30 pontos de alta na CBOT e preços próximos de R$ 190/sc nos portos do BR com perdas na safra 2021/22
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Entrevista com Vlamir Brandalizze - Analista de Mercado da Brandalizze Consulting sobre o Fechamento de Mercado da Soja
A terça-feira (4) terminou com altas de mais de 30 pontos de alta entre os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago e o mercado alcançou os US$ 14,02 por bushel no contrato julho/22. Os mais curtos seguem mirando o mesmo patamar e caminham acima dos US$ 13,80 ainda refletindo as preocupações com a quebra da safra da América do Sul.
Segundo explicou Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, as perdas somente entre os estados do sul do Brasil são de, pelo menos, algo entre 14 e 15 milhões de toneladas e podem se agravar diante as adversidades climáticas que continuam se apresentando em importantes regiões produtoras.
Dessa forma, o especialista acredita que haja espaço para que as cotações possam transitar entre US$ 13,80 e US$ 14,50 por bushel, refletindo o quadro atual de preocupação, que se estende também para Argentina e Paraguai. Afinal, o quadro global deve registrar um consumo maior do que a oferta e esse déficit deverá exigir um consumo expressivo dos estoques globais da oleaginosa, que já vinham muito apertados.
Na próxima semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) atualizam seus boletins mensais de oferta e demanda e poderiam trazer uma correção em seus números para a safra brasileira.
Para o consultor, o número do USDA que está em 144 milhões de toneladas poderiam vir para algo próximo a 137 milhões, promovendo uma baixa também nas estimativas para a safra global de soja de pouco mais de 380 milhões de toneladas para algo abaixo de 370 milhões.
NO BRASIL, ALTOS PREÇOS E POUCOS NEGÓCIOS
Os preços da soja no mercado brasileiro testam os melhores momentos da temporada, próximos dos R$ 190,00 por saca. São referências na casa de R$ 186,00 para posições curtíssimas ou no indicativo de julho, enquanto as intermediárias variando de R$ 180,00 a R$ 182,00.
"Estamos no segundo dia do ano e sem ninguém querendo vender, estamos praticamente sem negócios de soja", explica Vlamir Brandalizze. Segundo ele, os produtores seguem muito reticentes diante das baixas produtividades que têm obtido nos campos e frente aos volumes de soja que já foram comprometidos com a comercialização.
Dessa forma, o consultor orientou os produtores a revisitarem suas estratégias de comercialização para que possam mitigar os efeitos causados pela estiagem e pelas perdas na formação dos preços e dos negócios.