Soja: clima na América do Sul foi motivador da alta de até 50 pontos na semana em Chicago, mas cotações podem recuar com sinalização de chuvas
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Entrevista com Ênio Fernandes - Consultor em Agronegócio da Terra Agronegócios sobre o Fechamento do Mercado da Soja
As cotações da soja encerram a semana (CBOT estará fechada nesta sexta-feira 24/12) com ganhos entre 40 e quase 50 pontos nos principais vencimentos na Bolsa de Chicago. Na sessão desta quinta-feira (23/12) os ganhos foram menores, porém mantiveram a tendência positiva com o contrato Jan/22 fechando em US$13,32 /bushel com 3,25 ptos de alta. O vencimento Março/22 encerrou a sessão cotado a US$13,40/bushel e alta de 5,75 pts e o contrato Maio/22 terminou a quinta-feira cotado em US$13,48/bushel com alta de 7,25 pts.
O impulso veio do clima seco e quente na América do Sul que ajuda a intensificar o deterioramento das lavouras no Sul do Brasil, Paraguai e parte da Argentina.
Ênio Fernandes, Consultor da Terra Agronegócios explicou que a falta de perspectiva com a volta regular das chuvas criou um clima de incerteza entre os vendedores que optaram por se retirar do mercado. " Isso aconteceu com o produtor americano que aguarda novos preços, com o produtor no Centro-Oeste brasileiro que já negociou boa parte da soja e agora prefere esperar e com os produtores das regiões atingidas no Sul do Brasil, Paraguai e Argentina que saíram do mercado até terem condições de contabilizar o tamanho real da oferta", explica Fernandes.
Sem atividade pelo menos até a madrugada de segunda-feira (27), a Bolsa de Chicago segue na expectativa das chuvas na América do Sul. "Esse é o fator mais importante para o mercado e é o que vai orientar o rumo dos preços daqui pra frente", diz Enio Fernandes. Para ele, da mesma forma que a falta das chuvas tem estimulado um movimento de alta em Chicago, o contrário também é verdadeiro " basta que apareçam bons volumes de chuvas nos mapas para o mercado realizar lucros e devolver os ganhos". Fernandes não acredita em soja abaixo dos US$12/bushel, mas para quem tem a oportunidade de negociar a quase US$13,50/bushel, isso pode ser um grande diferencial.
No entanto, o consultor lembra que a participação nesse mercado não é pra todo mundo e deve acontecer apenas entre os produtores que estão atrasados na comercialização e não correm risco de perdas nas lavouras por conta do clima.