Soja tem novo dia de baixa em Chicago com aversão ao risco acentuada pelo petróleo

Publicado em 20/04/2020 17:14 e atualizado em 20/04/2020 22:47
Ênio Fernandes - Consultor em Agronegócio da Terra Agronegócios
O encerramento acima do suporte de US$8,20 no maio foi benéfico para os preços numa análise gráfica

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Entrevista com Ênio Fernandes - Consultor em Agronegócio da Terra Agronegócios sobre o Fechamento de Mercado da Soja

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Os preços da soja voltaram a cair na Bolsa de Chicago nesta segunda-feira (20), acompanhando o dia estressante que teve o mercado financeiro mundial, motivado, principalmente, pelo colapso nos preços do petróleo. 

"Hoje o dia foi de total aversão ao risco porque os investidores não sabem onde colocar o dinheiro", explica o consultor em agronegócios Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios. 

Os futuros da oleaginosa fecharam o dia com perdas entre 5,25 e 6 pontos nos principais contratos, com o maio sendo cotado a US$ 8,26 e o agosto a US$ 8,38 por bushel. E a tendência é de que as cotações sigam operando em queda, ainda sentindo os impactos do cenário macroeconômico e da demanda ausente nos EUA. 

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Para Fernandes, o mercado precisa observar uma volta da atividade econômica para se reaquecer no cenário internacional. "Se as pessoas voltarem a consumir, mesmo que lentamente, essa liquidez volta a impulsionar a demanda, cada setor em seu ritmo", diz.

NO BRASIL

Para a soja brasileira, o consultor explica que a maior proteção para os seus preços continua vindo do câmbio. Nesta segunda, a moeda brasileira voltou a subir mais de 1% e fechou com R$ 5,30, ainda mantendo a soja nos portos acima dos R$ 100,00 por saca. 

"Se o produtor tem soja a comercializar, os preços são saudáveis, o custo de produção é muito bom e o produtor tem que preservar seu fluxo de caixa. Eu recomendaria o produtor a comercializar essa soja que ele tem na mão", diz. 

Exportação de soja do Brasil atinge 740 mil t/dia na média de abril

SÃO PAULO (Reuters) - A exportação de soja do Brasil atingiu cerca de 740 mil toneladas na média diária de abril até o último dia 17, o que indica embarques já realizados de cerca de 9 milhões de toneladas no acumulado do mês, considerando dados divulgados nesta segunda-feira pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

A média diária de embarques da Secex, que leva em conta dias úteis, apresentou um recuo na comparação com o dado visto até a segunda semana de abril, que apontava 875,2 mil toneladas ao dia.

A expectativa de exportadores é de que o Brasil possa bater um recorde histórico mensal de embarques em abril, com exportações de 14,5 milhões de toneladas, diante de firme demanda chinesa.

Pela média diária da Secex, os embarques brasileiros cresceriam 65% na comparação com abril de 2019, segundo a Secex.

No setor de proteína animal, as exportações de carne bovina in natura alcançaram 5,6 mil toneladas por dia até a terceira semana de abril, versus 5,98 mil toneladas na média do mês até a semana anterior, mas um aumento de mais de 4% na comparação anual.

Entre as outras commodities mais importantes de exportação do Brasil, os embarques de minério de ferro se sustentaram acima de 1 milhão de toneladas na média diária na parcial deste mês, aumento de 17% ante a média registrada um ano antes.

Na contramão, as vendas externas de petróleo bruto chegaram 264,4 mil toneladas, versus 320,1 mil toneladas na média diária acumulada até a segunda semana de abril, com queda na comparação anual de mais de 18%.

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Por:
Aleksander Horta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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