Soja cai mais de 10 pontos em Chicago com recorde do dólar no Brasil e exportações fracas nos EUA
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Entrevista com Camilo Motter - Granoeste Corretora de Cereais sobre o Fechamento de Mercado da Soja
A ausência da demanda da China nos EUA pesou sobre o mercado da soja na Bolsa de Chicago nesta quinta-feira (5) e os futuros da oleaginosa perderam mais de 1% - ou mais de 10 pontos - entre os principais vencimentos nesta sessão. As cotações sentiram a pressão ainda da realização de lucros depois de três pregões consecutivos de alta na CBOT.
Dessa forma, os preços cederam entre 9,75 e 10,25 pontos, com o março terminando o dia em US$ 8,89, o maio em US$ 8,97 e o julho/20 em US$ 9,05 por bushel.
Segundo Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais, a queda repercute as fracas exportações dos Estados Unidos, além do dólar alto frente às outras divisas monetárias e também a uma possível elevação dos estoques finais, que devem ser reportados no próxiumo relatório de oferta e demanda do USDA.
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O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualizou seus números sobre as vendas semanais para exportação nesta quinta-feira (5) com dados dentro das expectativas para milho e trigo, enquanto os da soja, mais uma vez, ficaram aquém do esperado.
>> USDA: Vendas semanais de soja para exportação dos EUA ficam abaixo das expectativas
O dólar voltou a bater recorde histórico nesta quinta-feira, chegando a se aproximar de 4,67 reais no pico do dia, com a moeda brasileira golpeada junto com outros ativos de risco em todo o mundo por persistentes temores relacionados ao coronavírus.
Segundo Motter, o coronavírus é um assunto que ainda trará muitas repercussões ao mercado global, que vem tendo um processo de desaceleração. No entranto, outros fatores como a retomada de plantéis de suínos na China e a maior demanda interna de biodiesel devem manter os patamares de preços para a soja.