Soja: Dólar próximo de R$ 4,60 e registrando novo recorde se mantém como combustível para preços no BR

Publicado em 04/03/2020 17:46
Entrevista com Mário Mariano Moraes Júnior - Analista da Novo Rumo Corretora sobre o Fechamento de Mercado da Soja
Mário Mariano Moraes Júnior - Analista da Novo Rumo Corretora

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Entrevista com Mário Mariano Moraes Júnior - Analista da Novo Rumo Corretora sobre o Fechamento de Mercado da Soja

 

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O mercado da soja na Bolsa de Chicago registrou um novo dia de altas nesta quarta-feira (4) e fechou os negócios com altas de 0,50 a 5,75 pontos entre os principais contratos, levando o março a US$ 8,98, o maio a US$ 9,07 e o julho a US$ 9,15 por bushel. 

Enquanto isso, no Brasil os pequenos ganhos se juntam ao novo recorde do dólar, que fechou o dia com R$ 4,58 e segue como o principal pilar para os preços da soja no mercado nacional. E as oportunidades não se limitam somente às vendas da safra atual, mas também para a safra 2020/21. 

"Assim, já temos cerca de 30% a 32% da nova safra de Mato Grosso comercializada, e mais de 70% da safra 2019/20. Portanto, diria que pela percepção da comercialização naquela região que a produção agrícola está confortável com a desvalorização do real precificando melhor o seu produto", diz o analista de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora.

Assim, são R$ 12,00 a mais por saca nos preços se comparado ao mesmo período de 2019 quando se trata da safra nova. "Isso, sem dúvida, é bem vindo ao produtor que está construindo seus insumos e custos de produção em reais", complementa. 

Para a safra atual, os preços nos portos seguem acima dos R$ 90,00 por saca e, nesta quarta-feira, registraram altas de até 3,32% no interior do país, como foi o caso de Alto Garças, em Mato Grosso, com a referência encerrando os negócios nos R$ 81,00. 

BOLSA DE CHICAGO

Os preços foram motivados por certo otimismo trazido pelas notícias ligadas ao controle da epidemia de coronavírus, inclusive na China, e que já motivam uma volta da normalidade à vida dos chineses. Diante disso, até mesmo a demanda da nação asiática começa a dar sinais de melhora, como explicou Mariano. 

Nesta quarta, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) confirmou a venda de 110 mil toneladas à China. 

Mais do que isso, o mercado internacional observou ainda a confirmação pelo governo da Argentina o aumento de 30% para 33% das retenciones sobre a soja, o que pode limitar ainda mais a oferta vinda do país para o mercado internacional. "E esse foi mais um gatilho para as altas em Chicago", diz Mariano. 

A demanda interna americana foi mais um fator positivo, segundo o analista. O esmagamento norte-americano registrou um incremento de 2% no último mês e foi mais uma notícia bem recebida pelo mercado na CBOT. 

Ao lado dos fundamentos, o mercado de commodities agrícolas continua passando por um movimento quase que generalizado de recuperação, "e os fundos de investimento voltaram a comprar soja, milho e trigo", explica o analista da Novo Rumo. 

 

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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