Mercado da soja para produtor brasileiro é favorável em 2020 mesmo com China direcionando sua demanda para os EUA
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Entrevista com Ênio Fernandes - Consultor em Agronegócio da Terra Agronegócios sobre o Fechamento de Mercado da Soja
O mercado da soja encerrou esta terça-feira (21) com quedas expressivas, com os contratos para março/20 sendo negociados a US$ 9,16 (-13,75) e maio/20 a US$ 9,29 (-13,25). O recuo dos preços ocorre com os investidores ainda céticos quanto ao volume de compras chinesas, determinados após a assinatura da "Fase 1" do acordo comercial com os Estados Unidos.
O acordo prevê negócios ao redor de US$ 32 bilhões em 2020 e US$ 40 bi. em 2021. Quantias que parecem difíceis de serem cumpridas, ainda mais no caso da soja americana, que essa safra teve uma produção de 96 milhões de toneladas. Com a soja se mostrando pouco rentável, o produtor americano tende a migrar para o milho, o que pode diminuir a oferta de soja dos EUA ainda mais.
Dessa forma dois cenários deve ser avaliados: 1-) Com China cumprindo os termos de compras do acordo e colocando a soja como carro-chefe, os preços em Chicago sobem, mas os prêmios no Brasil acabam pressionados. 2-) Com China não cumprindo os termos de compras, Chicago cai e prêmios sobem, com o dólar ganhando valorização.
Nos dois cenários o produtor brasileiro pode se beneficiar, já que a safra de soja está bem comercializada. No entanto, a realidade econômica regional deve ser colocada em consideração para que o produtor tenha uma boa margem de lucro. Como a demanda por farelo e óleo de soja também está aquecida, o planejamento entre exportar ou atender a demanda interna será essencial para uma boa estratégia em 2020. Dificilmente o produtor ficará em desvantagem, mas será preciso saber negociar na hora certa.