Safra americana abaixo de 95 mi/t pode mudar rumo de preços da soja. Frio na reta final da colheita deve ser monitorado
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Entrevista com Ênio Fernandes - Consultor em Agronegócio da Terra Agronegócios sobre o fechamento de Mercado da Soja
Nesta quinta-feira (26), o mercado da soja encerrou o pregão em campo neutro, com variações menores que 1 ponto nos principais contratos. Para Ênio Fernandes, consultor da Terra Agronegócios, a tendência é que o mercado continue na neutralidade, ainda aguardando os rumos da guerra comercial entre EUA e China, além de monitorar as condições climáticas nos EUA.
Apesar do país asiático continuar demonstrando boa vontade, comprando produtos americanos, Ênio acredita que a China está apenas aproveitando o momento para comprar soja mais barata. Dessa forma, a reaproximação é vista ainda com cuidado pelo mercado e por enquanto, apenas uma quebra da safra americana ou um acordo oficial entre as duas potências dariam maiores patamares para os preços em Chicago.
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Outro fator que poderia mudar o patamar de preços é uma quebra maior na safra americana, que atualmente está prevista para quase 100 milhões de toneladas. Segundo o consultor, há previsões de geadas nos EUA e isso poderia afetar a produção. "Uma safra menor que 95 milhões de toneladas pode sustentar novas altas", explicou Ênio. Ele disse ainda que o governo norte-americano sinaliza mudanças para o biocombustível no país, que é feito à base de milho, o que poderia levar mais produtores a optarem pelo plantio dogrão na próxima safra.
No Brasil, as condições climáticas e o atraso no plantio também chamam a atenção. A safra nova pouco a pouco vai ganhando volume de contratos vendidos, mas cada dia de atraso poderá diminuir a janela da safrinha.