Negócios com a soja travam no Brasil com mercado monitorando clima seco e atraso no plantio, além de recuo nos prêmios
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Entrevista com Camilo Motter - Granoeste Corretora de Cereais sobre o Fechamento de Mercado da Soja
A soja encerrou esta terça-feira (17) com baixas nos principais vencimentos, com novembro/19 em US$ 8,93 e março/20 em US$ 9,19, o que representa uma queda de 6,25 pontos. Para Camilo Motter, da corretora Granoeste, essas quedas representam um dia mais técnico em Chicago, devolvendo as altas dos últimos dias. Segundo ele, o mercado segue aguardando um acordo mais concreto entre Estados Unidos e China, o que daria mais confiança aos investidores, mesmo com o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informando uma nova venda de soja para a China.
Dessa vez foram 260 mil toneladas e também referentes à safra 19/20. Esta é a terceira venda pelo terceiro dia consecutivo dos americanos para os chineses, confirmando as últimas informações sobre a tentativa de os dois países estarem, de fato, buscando um acordo ao menos parcial. Com esse compra, o total adquirido desde a última sexta-feira (13) passa de 600 mil toneladas.
Leia: China faz nova compra de soja nos EUA e pressiona ainda mais prêmios no Brasil
A retomada de negócios entre os dois países, um ponto que tem sido levantado como essencial por diversos analistas entrevistados pelo Notícias Agrícolas, acabou pressionando os preços no mercado interno brasileiro. Os prêmios, que giravam entre 130/140 pontos, nessa terça ficaram na casa dos 80 pontos para a referência de setembro.
De acordo com Motter, isso tem feito com que os produtores brasileiros desacelerassem a movimentação de negócios, aguardando preços mais atrativos. A safra nova também segue com lentidão, principalmente por causa do clima. Segundo ele, é necessário também seguir com atenção as previsões climáticas dos próximos dias, já que um clima desfavorável pode atrasar o plantio da próxima safra.