Cenário para soja no Paraguai é dramático devido a falta de chuvas
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Entrevista com Marcio G. Mattei - Prod. Rural de Santa Rosa Del Monday - PY sobre o Acompanhamento de Safra da Soja
A região da cidade de Santa Rosa del Monday no Paraguai não registra chuvas consistentes desde de o dia 30 de novembro. Com boa parte da lavoura de soja já no estágio de enchimento de grão, os produtores locais começam a fazer estimativas de quanto será perdido na atual safra 2018/19.
“A situação é dramática. As temperaturas estão muito elevadas nos últimos dias e tem castigado fortemente a nossa agricultura. O produtor de soja está muito preocupado, sendo otimista já se estragou entre 25 e 30%, alguns falam até em mais. Temos que colher para ver o que vamos ter de produção, mas não se espera colher mais de 2 mil quilos por hectare (cerca de 33 sacas), sendo que ano passado a média foi 3.300 (55 sacas por hectare)”, diz Márcio Mattei, produtor rural de Santa Rosa del Monday no Paraguai.
Diante desse cenário, os produtores seguem fazendo a sua parte com controles de pragas e fungicidas e monitorando a situação da lavoura e do clima. Em uma safra que apresentou aumento médio de 10% nos custos de produção com relação ao ano passado, o agricultor não deve conseguir fechar a conta no país vizinho.
“O custo se elevou e os preços de hoje não alcançam mais. Para quem produz soja, vai tudo na ponta da caneta e acaba gerando um gasto que você precisa cobrir. Não vai ter de onde tirar da agricultura nesse momento porque o clima castigou a lavoura e sem produzir o grão não tem de onde tirar e a dívida fica, você vai ter que buscar produzir em outras safras para poder pagar. Quem ficou pendurado vai ter que correr atrás de credito e financeiras para poder seguir trabalhando no ramo”, conta Mattei.
Além das dificuldades com a lavoura, os negócios da soja na região também estão com dificuldades para serem travados. Foram poucos os produtores que anteciparam as vendas em momentos de mais alta nos preços, que hoje giram em torno de 280 dólares por tonelada. “Além de estar tudo parado porque o preço está ruim, agora está mais parado ainda porque não se sabe o quanto vai produzir para poder vender. O final do ano está bem sofrido para o produtor aqui do Paraguai”, lamenta Márcio.
Confira a entrevista completa no vídeo.