Soja no MS sofre com falta de chuvas e produtores vão precisar de gestão para fechar a conta
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Entrevista com Juliano Schmaedecke - Presidente Aprosoja MS sobre o Acompanhamento de Safra da Soja
O Mato Grosso do Sul iniciou a safra de soja 2018/19 com a expectativa em alta e apresentando aumento na área plantada em cerca de 5%, o que corresponde a 140 mil hectares, chegado ao total de 2,84 milhões de hectares. Apesar disso, a falta de chuvas no estado preocupa os agricultores e a produtividade final não irá chegar nas 59 sacas por hectare registrada na safra passada, a maior da história do estado.
“De 20 a 25% da safra está na fase de enchimento de grão e algumas lavouras estão sem chuvas desde de o dia 23 de outubro. Na última semana alguns pontos tiveram chuva, mas o Sol está escaldante e isso traz bastante apreensão ao campo. Já não conseguimos mais fazer a produtividade do ano passado devido à seca e acredito em uma safra a baixo das 10 milhões de toneladas”, diz Juliano Schmaedecke, presidente da Aprosoja MS.
Essa queda prevista na produtividade somada ao aumento dos custos da safra, que foram impulsados pelo aumento do dólar, o produtor sul-mato-grossense fica aflito com a possibilidade de não fechar a conta para esta safra. “O produtor tem que fazer a gestão e a tarefa de casa. Eu acredito que no primeiro semestre agente não tenha muitas oportunidades de negócios, então é preciso ficar de olho. A palavra de ordem é gestão e fazer uma boa estratégia para comercialização e para a próxima safra, que já está na hora de começar a pensar em como se defender das intempéries que devemos ter”, aconselha Schmaedecke.
Até o momento, aproximadamente 30% da safra já foi vendida antecipadamente para travar os custos. Para o restante, os produtores aguardam as movimentações do mercado e o próprio desenvolvimento da lavoura esperando o retorno das chuvas. A colheita no Mato Grosso do Sul deve se iniciar entre os dias 10 e 15 de janeiro.