Pressão da nova safra americana sobre Chicago não deve durar muito; mercado se volta para demanda e entressafra do BR
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Entrevista com Vitor Belasco - Analista de Grãos da Informa Economics FNP sobre o Fechamento de Mercado da Soja
Nesta terça-feira (28), os preços do mercado da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) cederam mais de 15 pontos, pressionados pelas estimativas para a nova safra norte-americana.
Vitor Belasco, analista de grãos da Informa Economics FNP, destaca que a maior parte das lavouras dos Estados Unidos se encaminha para a fase de maturação fisiológica. Com isso, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aumentou a classificação de lavouras em boas condições, reforçando a expectativa da possibilidade de produtividade recorde no país.
O Crop Tour da ProFarmer trouxe uma estimativa de 127 milhões de toneladas para a soja, enquanto o USDA aposta em 124 milhões de toneladas. O relatório de hoje veio, portanto, para reforçar essa perspectiva.
Não há nenhuma nova ameaça no radar para a safra. As chuvas e temperaturas foram amenas, de forma que a produtividade também foi impulsionada. Os Estados Unidos também comercializaram mais de 12 milhões de toneladas da safra nova, mesmo com a China fora do mercado.
No Brasil, fatores como câmbio e prêmios influenciavam mais nos preços do que Chicago, o que pode começar a mudar. Contudo, o país chega à entressafra em um cenário atípico, com oferta escassa e prêmios elevados.
Na CBOT, Belasco acredita que a soja não deve alcançar os US$9/bushel se não houver nenhuma resolução com a China. Não há espaço, segundo ele, para decolar ou cair muito mais do que os níveis observados hoje.