Menor pressão da crise na Turquia, demanda forte pela soja dos EUA e quebra na safra de trigo da Europa animam Chicago

A terça-feira (14) foi um dia positivo para as cotações da soja na Bolsa de Chicago (CBOT), com ganhos de 11 pontos nos principais vencimentos. O vencimento novembro/18, referência para os negócios atuais, já bateu os US$8,80/bushel, recuperando parte do fôlego perdido desde a divulgação do último relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Vlamir Brandalizze, analista de mercado da Brandalizze Consulting, avalia que a quebra de sexta-feira superou as expectativas e o mercado ficou mais técnico. No começo da semana, o fator da desvalorização da lira na Turquia assustou o mercado e todas as commodities, com exceção da soja, caíram - como a oleaginosa tinha sofrido uma queda intensa anteriormente, ela veio do lado positivo na segunda.

Contudo, Brandalizze afirma que os fundamentos de demanda de soja estão maiores do que o USDA tem apontado. Mesmo sem a China, as vendas seguem normais, bem como as vendas brasileiras têm sido maiores do que as projeções. A quebra da safra de trigo em diversos locais também ajuda a aumentar a demanda pelo farelo de soja.

Ele destaca que nunca houve um avanço tão grande de um relatório para o outro quanto ao número de safra, de forma que o mercado começa a desconfiar o porquê de tanta variação se não houve nada de novo no quadro norte-americano.

No Brasil, por conta do entrave dos fretes, a comercialização da safra nova ainda encontra-se sem grandes evoluções.