Com poder limitado para retaliação tarifária, China pode usar outras armas contra os EUA e dar novos rumos à guerra comercial
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Entrevista com Ginaldo de Sousa - Diretor da Labhoro Corretora sobre o Fechamento de Mercado da Soja
A quarta-feira (11) foi mais um dia negativo para as cotações da soja na Bolsa de Chicago (CBOT). As quedas foram de mais de 20 pontos nos principais vencimentos, com o contrato novembro/18, referência para a safra norte-americana, abaixo dos US$8,50/bushel.
Hoje também ocorreu mais um capítulo da guerra comercial entre Estados Unidos e China, com os norte-americanos tentando ampliar a lista de produtos a serem tarifados, com um valor em torno de US$200 bilhões.
O mercado, como visualiza Sousa, passa por um momento difícil, conversa que "já cansa os players de modo geral", já que os comentários dos últimos tempos só tratam da guerra comercial.
Os chineses, por sua vez, não estão a fim de entrar na disputa com os Estados Unidos, devendo recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) e discutir de forma mais calma.
O diretor visualiza que a situação é grave e deve permanecer trazendo problemas não só para os produtos agrícolas, mas para a economia como um todo. Contudo, os chineses não possuem a mesma capacidade de taxação que os norte-americanos.
O que pode ocorrer é a China desvalorizar sua moeda para compensar o imposto que tem de pagar na importação de produtos norte-americanos, bem como buscar novos fornecedores de soja e substituir o farelo de soja por outro tipo de proteína.