Prêmios da soja tiveram valorização de cerca de 100 pontos em 10 dias e com ajuda do câmbio estimularam novas vendas no Brasil
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Entrevista com Ênio Fernandes - Consultor em Agronegócio sobre o Fechamento de Mercado da Soja
Nesta quinta-feira (05), o mercado da soja teve mais um dia negativo na Bolsa de Chicago (CBOT), com o contrato novembro/18, referência para os negócios, fechando na casa dos US$8,55/bushel.
Ênio Fernandes, consultor em agronegócio da Terra Agronegócios, lembra que o dia antecede uma possível taxação de Donald Trump sobre as importações da China, o que implicará em uma retaliação por parte dos asiáticos. Este é, portanto, o principal fator que impacta o mercado neste momento.
Tudo irá depender do que vai ocorrer amanhã, como avalia Fernandes. Caso Trump adie a decisão ou não exerça a taxação, Chicago pode recuperar algumas posições - embora não seja possível saber como será essa recuperação. O consultor lembra que coerência não é uma das principais características de Trump.
A demanda por soja brasileira irá ficar mais forte e as exportações devem ficar acima de 75 milhões de toneladas caso esse cenário se concretize. Também poderá haver uma exportação recorde de farelo, com o mercado internacional "limpando" os estoques brasileiros.
A venda da soja disponível, no momento, está dependendo da necessidade do comprador. Os prêmios trazem oportunidades para as negociações e a única coisa que pode fazer os preços cederem é uma possível queda do dólar. O tabelamento dos fretes não está superado, mas o mercado está se adaptando.