Comercialização da safra no Oeste Baiano está travada por falta de definição sobre preços do frete após tabelamento

Publicado em 06/06/2018 14:38
Apesar de mais de 70% da soja comercializada, metade da safra ainda não foi escoada. Bunge e Cargil não conseguem calcular frete e aguardam mudanças na cobrança
Alan Juliani - Presidente da Aprosoja Bahia

 

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Comercialização da safra no Oeste Baiano está travada por falta de definição sobre preços do frete após tabelamento

 

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No Oeste da Bahia, a comercialização da safra está travada por conta da falta de definição dos preços do frete após o tabelamento. Apesar de uma temporada com boa produtividade, cerca de 70% da soja comercializada não foi escoada ainda devido à paralisação dos caminhoneiros.

De acordo com o presidente da Aprosoja Bahia, Alan Juliani, não tem como fazer uma base de cotação se os preços dos fretes estão indefinidos, sendo que o novo tabelamento subiu muito os custos das tradings. “As empresas ainda não querem repassar isso ao agricultor, mas o outro problema é o produto que já foi comercializado que não foram escoados”, afirma.

O novo tabelamento dos fretes vai impactar em todos os setores da agricultura, pois tem os custos com a entrega de fertilizantes, agroquímicos e interferir no preço do milho. “No caso da soja, ainda tem 50% para ser exportada na nossa região. Nós estamos esperando uma posição do governo para saber o que vai acontecer e torcer para melhorar essas condições de trabalho”, comenta.

Até o momento, os preços do frete para as sojas destinadas a exportação aumentou em torno de R$ 25,00 a R$ 30,00 por tonelada. Já para os insumos, os valores subiram 100%. “Temos dois problemas, a safra que já foi negociada que não foi transportada e a safra atual que os prejuízos vão ficar com os produtores rurais”, diz a liderança.

As propriedades que fizeram a armazenagem da soja em silo bag têm até o início das chuvas para retirar os grãos. “Nós tínhamos que estar exportando a todo vapor, mas temos uma defasagem de logística e que pode afetar os preços da soja no mercado disponível”, destaca.

O Globo: Tabela de fretes limita escoamento e deve afetar exportações de grãos do Brasil em junho

Estoques estão relativamente baixos nos portos após a paralisação

RIO - A tabela de fretes instituída por medida provisória para atender os pedido dos caminhoneiros para acabar com os bloqueios de estradas que duraram mais de dez dias, está afetando os negócios e o escoamento de grãos brasileiros, o que deve ter impacto negativo nas exportações agrícolas do Brasil neste mês, na avaliação de representantes do agronegócio.

Com estoques relativamente baixos nos portos após a paralisação do transporte, uma redução agora no escoamento até os terminais tende a limitar os embarques neste mês, na avaliação da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), que representa produtores no segundo maior estado agrícola do Brasil.

— Vai ter impacto nos embarques de junho, os estoques estavam baixos nos portos — disse o gerente técnico e econômico da Ocepar, Flávio Turra

A situação ocorre em um momento em que o país - maior exportador global de soja e o segundo de milho - ainda tem grande parte de sua safra recorde da oleaginosa para o escoar, sem falar da produção de cereal, cujas exportações tendem a ganhar ritmo no segundo semestre.

Questionado se os efeitos da tabela limitariam os embarques neste mês, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), André Nassar, afirmou que os embarques em junho serão menores:

— Hoje entendo que as exportações em junho devem cair em relação a junho do ano passado.

Como a tabela de frete elevou os custos em mais de 100% em algumas rotas, na comparação com os valores anteriores, aqueles produtores e empresas que não detêm transporte próprio estão enfrentando problemas para escoar os produtos aos portos de exportação, comentou Turra:

— A tabela de fretes ficou muito alta em relação ao preço que vinha sendo praticado anteriormente para o transporte de grãos, e ficou inviabilizado o transporte, principalmente para os contratos anteriores, que têm que usar a nova tabela.

O gerente da Ocepar explicou que, como a tabela prevê a remuneração do retorno do caminhão vazio, o que não era previsto anteriormente, isso quase dobra os custos:

— O que está acontecendo é que o pessoal está retendo as cargas, no caso de quem não tem caminhão próprio. As cooperativas, as grandes, a maioria tem um número pequeno para atender a demanda deles, esses estão transportando o que podem.

— Os demais (que não têm caminhão) estão aguardando a revisão da tabela da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). Já teve reunião ontem (de ministros com o setor), e existe uma expectativa de que ainda hoje a tabela seja revista — acrescentou o gerente da Ocepar. (Leia mais em O Globo).

Comercialização da safra 2017/18 de soja atinge 73% da produção (Datagro)

No caso do milho verão, vendas alcançam 56% da produção, diz o analista de grãos da DATAGRO, Flávio Roberto de França Júnior

A comercialização da safra brasileira 2017/18 de soja alcançou 73% da produção obtida, considerando a data de 01º. de junho, apontam dados do analista de grãos da DATAGRO, Flávio Roberto de França Júnior. Segundo França Júnior, o percentual se encontra acima dos 61% registrados em igual período do ano passado e dos 70% da média das últimas cinco temporadas. 

“A nova e extemporânea elevação dos preços durante maio foi à causa central para o disparo de volumosas negociações, depois do também forte avanço registrado em março e abril”, assinala o analista de grãos da DATAGRO, que prevê que a produção alcance 117,5 milhões de toneladas. 

No tocante às vendas da safra 2018/19, a comercialização atingiu 11,3% da produção esperada [120,533 milhões de toneladas]. De acordo com França Júnior, o percentual se encontra acima dos 2,1% registrados em igual período do ano passado e dos 5,1% da média das últimas cinco temporadas. 

Milho

Por sua vez, a comercialização da safra brasileira 2017/18 do milho verão atingiu 56% da produção obtida [26,210 milhões de toneladas], ainda considerando a data de 01º. de junho, percentual igual ao registrado no mesmo período do ano passado, e ligeiramente acima dos 55% da média das últimas cinco temporadas. 

No caso do milho de inverno 2018 [segunda safra], as vendas alcançaram 46% da produção esperada [57,750 milhões de toneladas]. Segundo França Júnior, o percentual de comercialização do milho de inverno 2018 se encontra acima dos 38% de igual período de 2017, mas abaixo dos 50% da média dos últimos cinco ciclos. Pelos cálculos do analista de grãos da DATAGRO, a safra brasileira total de milho na temporada 2017/18 deve ficar próxima a 83,9 milhões de toneladas. 

Por: Aleksander Horta e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas/O Globo/Datag

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