Safra 2018/19: Nova safra dos EUA exige ainda maior monitoramento após quebra severa na Argentina

Publicado em 05/06/2018 12:01
Temporada tem início positivo, com índices recordes no ritmo de plantio e germinação na soja e no milho. Até esse momento, condições se mantêm favoráveis para as lavouras e períodos mais críticos são entre os meses de julho e agosto, quando a volatilidade entres os preços em Chicago deverá se acentuar.
Matheus Gomes Pereira - Analista de Mercado da AgResource Mercosul

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Entrevista com Matheus Gomes Pereira sobre a Safra da Soja nos EUA

 

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Nesta terça-feira (05), Matheus Pereira, analista de mercado da AgResource Mercosul, conversou com o Notícias Agrícolas para destacar o progresso do plantio nos Estados Unidos. A safra norte-americana teve um bom começo no que diz respeito ao plantio e à germinação - contudo, há alguns pontos de preocupação a serem salientados para os próximos dias.

Segundo Pereira, o início da safra contava com falta de chuvas e temperaturas mais frias, mas essa situação logo foi revertida no mês de maio, quando o plantio teve um bom desenvolvimento com a volta regular das chuvas e temperaturas mais amenas. Isso fez com que a soja alcançasse um ritmo recorde de plantio e condições de desenvolvimento em níveis favoráveis. Até o momento, 87% da oleaginosa foi semeada, contra 81% do ano passado e 75% da média dos últimos cinco anos.

O analista avalia, portanto, que o total semeado aponta que o produtor norte-americano possui um avanço favorável. Além disso, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) classifica essa safra em curso como uma safra saudável.

Ele lembra, porém, que a safra de soja ou de milho parte por etapas. Agora, o desenvolvimento vegetativo da planta começa a dar as caras, quando são necessárias chuvas regulares e temperaturas adequadas para continuar oferecendo as condições que a planta precisa. Há, no entanto, um sinal de preocupação climática para o cinturão norte-americano, para o delta do Mississipi e para as Planícies, regiões tradicionais do cultivo. Esse não é, ainda, um alarme que aponte para uma redução da projeção de safra, mas as chuvas vêm se retraíndo, bem como as temperaturas têm se elevado. O verão, por sua vez, deve ser mais quente do que a média.

A tendência de direcionamento dos preços em Chicago, na visão de Pereira, será mais influenciada por um fator externo, que é o cenário comercial entre Estados Unidos e China. Qualquer atualização sobre esse relacionamento é capaz de mexer com os preços em curso.

Por fim, ele também prevê que qualquer número abaixo de 115 milhões de toneladas para a safra norte-americana será responsável por corrigir os patamares estabelecidos entre US$10/bushel e US$10,50/bushel, fazendo com que o mercado fique próximo dos US$11/bushel.

 

Por: Carla Mendes e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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