Tabelamento dos fretes trava ainda mais negócios com a soja no interior do Brasil
Nesta segunda-feira (04), os preços da soja perderam quase 20 pontos no fechamento da Bolsa de Chicago (CBOT), se aproximando dos US$10/bushel.
Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais, avalia que este foi o pior momento de Chicago nos últimos 40 a 50 dias. Há uma pressão grande que vem se desenhando desde a semana passada em função das tensões comerciais entre Estados Unidos e China.
Como aponta o analista, Trump está novamente disposto a impor tarifas sobre os produtos chineses. A soja, como é um dos principais produtos da exportação norte-americana, tende a ser o primeiro produto a ser retaliado em troca.
Além disso, o clima também corre bem no meio-oeste dos Estados Unidos, trazendo um panorama mais seguro para o plantio da safra, que segue acelerado e pressionando o mercado.
Desta forma, a tendência é que os prêmios brasileiros tenham alta em função de uma maior demanda da soja brasileira, bem como a desistência de compras em solo norte-americano.
A taxa de câmbio, por sua vez, segue volátil e deve continuar assim. Motter salienta que este é um fator que entra no setor exportador como algo que, por vezes, pressiona os prêmios e os preços em Chicago.
Ele lembra ainda que o feriado de 4 de julho, historicamente, tende a trazer reversões de mercado para a CBOT. Ainda há "muito chão pela frente" e o clima pode pregar peças mais adiante.