Melhora das condições climáticas para o plantio nos EUA, disparada do dólar e vendas brasileiras pressionaram soja em Chicago
Nesta segunda-feira (23), o mercado da soja teve mais uma sessão negativa para os preços na Bolsa de Chicago (CBOT). Como destaca Marcos Araújo, analista da Agrinvest, o mercado voltou a observar a barreira comercial entre Estados Unidos e China, bem como a melhora climática no país norte-americano deverá fazer com que o ritmo de plantio ganhe mais fôlego - estima-se que, até o final do mês, 7% da área do milho estaria plantada e 2% da soja.
As taxas de juros também alcançam as máximas desde 2014, fazendo com que o dólar se fortaleça e o real, por sua vez, fique mais enfraquecido. Neste ponto, o produtor brasileiro possui um bom cenário para realizar as vendas de soja.
Embora a tendência da CBOT não seja negativa, o Brasil pode acabar trabalhando descolado de Chicago e obter boas remunerações no horizonte. A China deve direcionar maiores volumes de compra para o Brasil e fortalecer os prêmios locais. Hoje, de acordo com a análise de Araújo, o preço da soja está US$2,10 por saca acima do mesmo período do ano passado no Porto de Paranaguá.
O milho safrinha, por sua vez, tem um risco climático no horizonte. No Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Goiás, Minas Gerais e também no Paraguai, bem como o sul de Mato Grosso, o volume de chuvas deverá ser de apenas 25% do normal. O milho plantado no começo do março, em plena fase crítica, poderá ver sua produtividade afetada.
Para abril, os estoques de milho do Brasil devem estar por volta de 8,05 milhões de toneladas, de acordo com a análise da Agrinvest. A partir da segunda quinzena de maio, esses estoques devem crescer com a entrada de uma safrinha de 63,05 milhões de toneladas.