Sem fôlego para nova recuperação nos preços, soja em Chicago deve trabalhar entre US$ 10,30 e US$ 10,70 no curto prazo
Sem perspectivas para uma nova recuperação nos preços da soja, a Bolsa de Chicago (CBOT) opera atualmente com contratos entre US$ 10,30/Bushel a US$ 10,70/ Bushel em curto prazo. Contudo, os produtores rurais devem aproveitar as boas referências do mercado interno para comercializar a safra nova.
De acordo com o analista de mercado, Vlamir Brandalizze, nas últimas semanas o mercado estava trabalhando com todos os fatores positivo, mas agora o foco é a safra dos Estados Unidos em que as perspectivas apontam que não vai haver uma quebra na área plantada. "O produtor americana caminha para fazer o plantio da área igual ao ano passado e o mercado está indo para mais o lado técnico, que acaba acomodando as cotações", ressalta.
Além disso, a tendência é as referências recue devido as condições climáticas nos Estados Unidos que tem prejudica o andamento do plantio do milho. Na qual, os principais estados americanos não iniciaram o cultivo do cereal em função do congelamento do solo. "A previsão é que na semana que vem o clima começa a esquentar e dê condições para o agricultor começar a preparar as áreas para o plantio. A expectativa é que a maior parte da semeadura do milho venha ser feita durante o mês de maio, sendo que a janela ideal é até o dia 20 de maio", explica Brandalizze.
Contudo, muitos produtores americanos não quiseram se arriscar e começaram a trocar as sementes de milho pela da soja, em que pode resultar em um aumento de área cultivada com a oleaginosa e uma oferta maior no mercado. "Se não cair a área, os Estados Unidos caminha para um potencial de safra em torno de 122 milhões de toneladas”, destaca.
No caso da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, a analista salienta que o mercado dentro de alguns meses vai ter uma acomodação, em que vai haver um acordo e a China criar cotas com taxa menor. “Não tem como os chineses não comprar a soja americana. Agora a expectativas deles, é que a safra na americana latina venha maior, para então eles se posicionarem mais no Brasil do que no EUA”, comenta.
Safra Argentina
A colheita da Argentina foi em torno de 50 kg a 70 kg por hectare a mais do que projetado nas semanas passadas, sendo que o indicaativa sera de colheita abaixo de 2.450 mil/kg por hectare. "Ainda é uma quebra muito grande, por que o normal seria colher mais de 3 mil/kg por hectare. O que pode refletir é em um milhão de toneladas a mais no final da safra e que não vaia refletir em nada”, diz.
Mercado Interno
Ainda segundo o analista, os produtores tiveram boas oportunidades de negociar e que agora a tendência é de acomodação do mercado, apesar de ter demandas para as exportações e no mercado interno. "A chance de ter um pico de preços sem existe, mas de agora em diante a gente acredita vai ter menos oportunidades. Por enquanto, não se espera que vai problemas na safra Americana", afirma.
Os valores oferecidos pelo os prêmios no Brasil também estão positivos, sendo que estão acomodados na alta. Porém, a tendência é que os prêmios fiquem nos níveis atuais. “Os prêmios nos estados unidos também estão favoráveis, mesmo com a taxação da soja americana pelo os chineses. Então, esse prêmio brasileiro vai trabalhar de 40 a 50 pontos acima do prêmio americano”, destaca.
Em relação às negociações futuras, poucos negócios foram fechados e o produtor rural precisa ficar atento as novas oportunidades. “Nas últimas semanas, o governo anunciou que iria reduzir a taxa básica de juros, e com isso, a comercialização futura ficou travada. O mercado futuro está atrativo dando uma boa relação de troca ao produtor”, finaliza.