Safra nos EUA e a influência do clima devem promover volatilidade nos preços da soja já que oferta americana não pode ter falhas
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Entrevista com Steve Cachia - Diretor Cerealpar (Brasil) e Consultor Kordin Grain Terminal (Malta)
Nesta segunda-feira (16), o mercado da soja tentou se sustentar na Bolsa de Chicago (CBOT), mas não deu conta ao final da sessão. O diretor da Cerealpar e consultor do Kordin Grain Terminal (Malta), Steve Cachia, comentou que a queda significativa no trigo, baseada nas previsões de chuva para a semana nos Estados Unidos, influenciou os números em um dia no qual "não ocorreu muita coisa".
Por conta da seca que as áreas de inverno norte-americanas enfrentam, existe uma especulação em torno deste fator diminuir a área a ser destinada para o milho e, em consequência, a área de soja aumentaria. Desta forma, o clima nos Estados Unidos deve continuar sendo um grande ponto de atenção.
Há uma grande falha na safra da Argentina, que é o principal exportador mundial do complexo soja. E, até esse momento, não é possível garantir que os Estados Unidos não vão enfrentar uma quebra. Assim, a demanda mundial entra em perigo.
As questões geopolíticas também permeiam as questões do mercado. A China sinalizou que irá taxar a soja norte-americana, mas não colocou uma data fixa. A questão entre os Estados Unidos e a Síria também pode afetar os investimentos por meio das operações eletrônicas.
Cachia avalia que os produtores, neste momento, devem ter "cabeça fria". "Vale a pena ter um pouco de risco, mas tem que levar em conta que estamos trabalhando dentro de alguns patamares relativamente elevados", diz.